(Eclo 3,19-21.30-31; Sl 67[68]; Hb 12,18-19.22-24a; Lc
14,1.4-14).
1. Sabemos que quase em sua totalidade,
o livro do Eclesiástico é composto por máximas de sabedoria, conselhos, como um
pai ou uma mãe ao filho, sobre valores fundamentais que deve procurar ou o que
deve evitar. O trecho de nossa liturgia fala sobre a humildade e o orgulho.
2. A humildade não é entendida aqui
como um auto desprezo, mas como atitude de sabedoria diante dos outros e de uma
autêntica piedade para com Deus. Enquanto isso, um coração obstinado e
orgulhoso cedo ou tarde cairá no mal. O assunto retorna no evangelho.
3. Concluindo nossa leitura da Carta
aos Hebreus, o autor nos lembra, à título de comparação, de como é essa nova
experiência de Deus que nos chegou em Cristo Jesus, que nos abre uma passagem
nova e definitiva para uma comunhão plena com Deus, como na imagem do banquete
que se segue.
4. Esse olhar de Lucas sobre os pobres
e os últimos volta em nosso evangelho num convite a assumir voluntariamente
esse último lugar. Para isso ele aproveita essa refeição em casa de um fariseu
chamando a atenção sobre o modo como estes agem, numa atitude comum a quase
todos e em todos os tempos.
5. Não é por uma questão de etiqueta,
mas por uma atitude de identificação com Jesus, que em sua humildade, mesmo
sendo grande se fez servo, escolhendo o último lugar. A primeira leitura
encontra eco na sabedoria de vida ensinada por Jesus.
6. A outra lição deixada pelo evangelho
é que, assim como Deus, devemos praticar o bem sem esperar nada em troca. A
verdadeira e necessária recompensa vem de Outro.
7. Nesse encontro com a Palavra de Deus
vamos nos dando conta que o nosso agir dista, e muito, do pensamento divino, e
assim somos provocados por ela a mudarmos certas atitudes. Ao mesmo tempo nos
convida a uma atitude de confiança no Senhor, reza o nosso salmo, que cuida dos
pobres e pequeninos.
Pe. João Bosco Vieira Leite