(1Tm 3,1-3; Sl 100[101]; Lc 7,11-17)
24ª Domingo do Tempo Comum.
“Eis uma palavra
verdadeira: quem aspira ao episcopado saiba que está desejando uma função
sublime”
1Tm 3,1.
“Quem aspira ser
pastor não deve pensar que vai apenas andar na frente, mostrando o caminho.
Deve lembrar-se que, muitas vezes, tem de estar junto, sentindo o medo e as
aflições de suas ovelhas. Quem guia, tem a enorme responsabilidade de ter um
comportamento exemplar, mas um comportamento e um discurso que demonstram a sua
fé em Deus, na vida e nos homens. Tem que ter alegria e paixão. Deslumbrar-se
com as coisas de Deus e com as coisas dos homens. Muitas vezes, quando seus
discípulos choram, nada pode fazer se não chorar junto, embora sempre exortando
à esperança. Ser pastor não é colocar-se como autoridade ou como dono do saber.
Porque, seja qual for a nossa posição no mundo, a Vida é um aprendizado
constante, e, mesmo as pessoas mais ignorantes têm, sempre, muito a ensinar.
Ser pastor é colocar, acima de si próprio, de suas necessidades, as
necessidades e o bem-estar de suas ovelhas. Por isso, a função é sublime. Se
for de outra forma, a pessoa será comum e não terá nada a dar. Por estas
razões, só devem aspirar ao episcopado os dadivosos, generosos, humildes e
sábios. Aqueles que, sobretudo, amam, profundamente, ao ser humano e veem nele
o próprio Criador. Melhor é renunciar à função de pastor, quando não se é
desprendido e não se tem carisma de liderança. Deus ama muito mais aqueles que
sabem varrer bem uma rua e cumprem a sua função com alegria. – Senhor,
iluminai aqueles que têm a dura e sublime função de guiar e orientar o vosso
rebanho! Que eles, com o vosso amparo, possam tentar ser perfeitos, como vós, e
exortar seus discípulos à perfeição!” (Maria Luiza Silveira Teles
– Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite