Quarta, 4 de setembro de 2019

(Cl 1,1-8; Sl 51[52]; Lc 4,38-44) 
22ª Semana do Tempo Comum.

“Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou.
Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los” Lc 4,39.

“Depois da expulsão do demônio em 4,33-37, Lucas descreve como Jesus cura a sogra de Pedro. Ele se inclina sobre ela, para chegar bem perto, comunicando-lhe algo do seu espírito. Nesse gesto Lucas mostra o carinho com que Jesus se aproxima da mulher doente. E ao gesto ele acrescenta uma palavra. Jesus repreende a febre. Ele personifica a febre que tomou conta da mulher, e manda-a sair dele. E a mulher fica sã, no mesmo instante. Levanta-se e cuida de Jesus. Depois da cura de um homem, Lucas conta logo a cura de uma mulher. Para ele é sempre importante que homens e mulheres apareçam juntos, como tendo os mesmos direitos. Isso ele já mostrou na fala inicial de Jesus em Nazaré, lembrando tanto o sírio Naamã como a viúva de Sarepta, dois exemplos de pessoas curadas pelos profetas. Em seguida, Lucas conta sobre a atuação de Jesus como médico. ‘O bondoso Messias assume as tarefas de médico helenista’ (Bovon, p. 225). Jesus é descrito de tal maneira que os gregos possam entende-lo e amá-lo. Ele cura todos de suas enfermidades, impõe-lhes as mãos e comunica-lhes o Espírito e a força de Deus, que os restabelecem e lhes restituem a forma original. Jesus, porém, não cura apenas pelo contato, mas também pela sua palavra, pela sua doutrina, ensinando a todos, como fazia a terapia grega, a ‘arte de viver sadiamente’. Como o médico descrito por Sócrates no Górgias, Jesus, então, tem de prescrever às vezes algum remédio amargo, que à primeira vista não convém ao doente. Para Lucas, as palavras de Jesus são palavra que levam o ser humano à salvação, e o conduzem à sua verdadeira essência. Jesus como médico e terapeuta, eis uma imagem de Jesus que interessa às pessoas de hoje, pois saúde é o que todos desejam ansiosamente” (Anselm Grun – Jesus, modelo de ser humano – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite