(Esd 9,5-9; Sl Tb 13; Lc 9,1-6)
25ª Semana do Tempo Comum.
“Os discípulos
partiram e percorriam os povoados, anunciando a boa-nova
e fazendo curas em
todos os lugares” Lc 9,6.
“Os doze discípulos
de Jesus ouviam as palavras do Mestre o observavam suas obras excepcionais.
Volta e meia perguntavam por que não haviam compreendido um ensinamento ou uma
atitude. Eram alunos. E, por isso, também discutiam, ou com o próprio Jesus ou
entre si. Afinal, tinham interesses pessoais. Pouco a pouco, porém, o Mestre ia
moldando-os para serem continuadores da sua missão. O momento acima descrito
foi uma, por assim dizer, aula prática. Eles deviam sair, pregando a Boa-nova e
curando. A questão que se levanta para nós hoje: O que eles entendiam por
Boa-nova? Hoje, Boa-nova, grosso modo, mais ou menos se resume no Credo
apostólico, onde confessamos a figura de Jesus como o Cristo e Filho de Deus,
como aquele que morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa
justificação. Mas Jesus ainda não havia morrido, e nem havia muita clareza
quanto à natureza do próprio Jesus. Qual, então, o teor da pregação deles?
Suponho que tenham pregado o novo tempo do Reino de Deus, o cumprimento da
promessa da vinda daquele que fora prometido, de um tempo de clareza quanto ao
perdão oferecido por Deus. E, para exemplificar esse novo tempo, curavam os
doentes. Embora as curas não fossem essenciais na concepção da Boa-nova, elas
eram um lampejo desse novo tempo, pois algo extraordinário estava acontecendo.
De qualquer forma, esse protoevangelho tinha Jesus Cristo como centro, como
essência da própria pregação. – Senhor Jesus, graças te damos por
não permitires nas tuas aulas práticas um rascunho mal feito. A essência do teu
Evangelho estava ali: Tu, com a tua graça e bondade. Não permitas que nós, com
o evangelho completo, escrito, nos afastemos da essência. Amém”. (Martinho Lutero
Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite