(Ef 4,1-7.11-13; Sl 18[19A]; Mt 9,9-13)
24ª Semana do Tempo
Comum.
“Alguns fariseus
viram isso e perguntaram aos discípulos: ‘Por que vosso mestre como com os
cobradores de impostos e pecadores?” Mt 9,11.
“A boa nova do
Evangelho consiste precisamente nisto: no oferecimento da graça de Deus ao
pecador! Em outra passagem, na célebre parábola do fariseu e do publicano que
chegaram ao templo para rezar, Jesus aponta até um publicano anônimo como exemplo
apreciável de humilde confiança na misericórdia divina: enquanto o fariseu se
orgulha de sua própria perfeição moral, ‘o publicano... nem se atrevia a
levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: Meu Deus, tem piedade
de mim que sou pecador!’ E Jesus comenta: ‘Eu declaro a vocês: este último
voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se exalta, será humilhado,
e quem se humilha, será exaltado’ (Lc 18,13-14). Na figura de Mateus, portanto,
os Evangelhos nos propõem um verdadeiro e particular paradoxo: quem está
aparentemente mais afastado da santidade pode converter-se num modelo de
acolhimento da misericórdia de Deus e fazer ver seus efeitos maravilhosos em
sua própria existência. Em relação a isto, São João Crisóstomo faz uma observação
significativa: observa que somente se alude à ocupação na narração de algumas
poucas vocações. Pedro, André, Tiago e João são chamados enquanto estão
pescando e Mateus enquanto está arrecadando impostos. Trata-se de uma atividade
de pouca importância – comenta Crisóstomo -, ‘já que não há nada mais
detestável que o tributo nem mais comum que a pesca’ (In Matth. Hom.: PL 57,
363). O chamado de Jesus chega também a pessoas de baixo nível social, enquanto
estão entretidas em seu trabalho diário” (Bento XVI – Os Apóstolos
e os primeiros discípulos de Cristo – Planeta)
Pe. João Bosco Vieira Leite