Sábado, 21 de setembro de 2019


(Ef 4,1-7.11-13; Sl 18[19A]; Mt 9,9-13) 
24ª Semana do Tempo Comum.

“Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: ‘Por que vosso mestre como com os cobradores de impostos e pecadores?” Mt 9,11.

“A boa nova do Evangelho consiste precisamente nisto: no oferecimento da graça de Deus ao pecador! Em outra passagem, na célebre parábola do fariseu e do publicano que chegaram ao templo para rezar, Jesus aponta até um publicano anônimo como exemplo apreciável de humilde confiança na misericórdia divina: enquanto o fariseu se orgulha de sua própria perfeição moral, ‘o publicano... nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ E Jesus comenta: ‘Eu declaro a vocês: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se exalta, será humilhado, e quem se humilha, será exaltado’ (Lc 18,13-14). Na figura de Mateus, portanto, os Evangelhos nos propõem um verdadeiro e particular paradoxo: quem está aparentemente mais afastado da santidade pode converter-se num modelo de acolhimento da misericórdia de Deus e fazer ver seus efeitos maravilhosos em sua própria existência. Em relação a isto, São João Crisóstomo faz uma observação significativa: observa que somente se alude à ocupação na narração de algumas poucas vocações. Pedro, André, Tiago e João são chamados enquanto estão pescando e Mateus enquanto está arrecadando impostos. Trata-se de uma atividade de pouca importância – comenta Crisóstomo -, ‘já que não há nada mais detestável que o tributo nem mais comum que a pesca’ (In Matth. Hom.: PL 57, 363). O chamado de Jesus chega também a pessoas de baixo nível social, enquanto estão entretidas em seu trabalho diário” (Bento XVI – Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo – Planeta)    

Pe. João Bosco Vieira Leite