(Sb 1,1-7; Sl 138[139]; Lc 17,1-6)
32ª Semana do Tempo Comum.
Uma das maiores dificuldades para os
que desejam rezar com os salmos, são os chamados salmos imprecatórios. Chamamos
os assim os salmos que contêm imprecações, ou seja, maldições, desejo que algo
de ruim aconteça a alguém; tomados assim, cruamente nos lembram ritos de
bruxaria ou magia. Nessa esteira encontramos três salmos mais diretamente
inseridos nessa categoria: Sl 58, 83 e 109; os versículos encontrados em outros
salmos comumente são omitidos na liturgia da palavra, mas não são omitidos para
aqueles que fazem a Liturgia das Horas. Não se trata de uma censura da Igreja à
Bíblia, pois o magistério não está acima da Palavra de Deus, a Igreja quer
oferecer o melhor em termos de oração e ajudar na espiritualidade do nosso povo
e no mais a deficiente formação bíblica e litúrgica do mesmo aconselhou
unificar e não dispersar.
A primeira leitura desse dia é uma
continuidade da reflexão sobre a sabedoria como dom divino para quem a busca.
Ela mesma perscruta o íntimo do homem a respeito de seus sentimentos para com
Deus, por isso o salmo 139 (vv. 1-10) vem casar-se com o contexto de oração com
que nos colocamos diante da Palavra. “O salmo 139 é a magistral descrição que
Davi faz das profundezas do conhecimento de Deus e da amplitude da presença de
Deus. Ele não escreveu isso, no entanto, como um discurso teológico seco sobre
determinados atributos do caráter de Deus. Davi escreveu-o de modo muito
pessoal. Esse salmo é sobre o conhecimento que Deus tem de mim. É a história do
foco de Deus em cada um de nós como indivíduos. É uma declaração de que estamos
na mente de Deus, em seus pensamentos, cercados por seus cuidados, perto do seu
coração” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos -
Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite