(Rm 15,14-21; Sl 97[98]; Lc 16,1-8)
31ª Semana do Tempo Comum.
“É bastante
significativo o fato de que, como prólogo a todo o livro de orações de Israel,
tenha sido anteposto o Salmo 1, que proclama a bem-aventurança daquele que
deixa o caminho dos pecadores (os que vivem sem a Lei) e ‘é na Lei de Javé que
põe seu deleite, e nela medita dia e noite!’ O israelita piedoso tem fome e
sede de conhecer e cumprir esta Lei, como forma de conhecer e amar a Deus:
‘Mostra-me, ó Javé, os teus caminhos, ensina-me os teus roteiros. Encaminha-me
na tua verdade e me ensina, pois Tu és o Deus que sempre salva’ (25,4-5). O
tratamento dado à Lei nestes salmos tão pessoais é um prelúdio da nova aliança,
cuja característica, segundo os profetas, deverá ser a interiorização da Lei,
que não será apenas cumprida ou suportada (quando não violada), mas entendida e
ardentemente desejada, fonte de felicidade em seu próprio cumprimento (cf. Ez
36,27; Jr 31,33-34)” (Hilar Raguer – Para Compreender os
Salmos – Loyola).
Se Paulo foi um instrumento de Deus
para fazer chegar a salvação aos pagãos, o salmo 98 (vv. 1-4b) canta justamente
o modo como Deus fez chegar a Sua salvação (“vitória” – em algumas traduções) a
todos os povos, por isso canta ao Senhor um canto novo. “O acontecer
salvífico do passado e do futuro se concentra na ‘representação’ do culto
festivo (vv. 1-3.9) para formar um único ato salvífico sagrado e eficaz, que o
hino da comunidade reflete com viveza. Dividido em três estrofes, o hino
litúrgico fala nos vv. 1-3 dos atos prodigiosos de Iahweh, nos vv. 7-9 conclama
o mundo, e nos vv. 7-9 a natureza a prestar homenagem a Deus em seu advento com
gritos de grande júbilo” (Artur Weiser – Os Salmos –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite