(2Mc 7,1.20-31; Sl 16[17]; Lc 19,11-28)
33ª Semana do Tempo
Comum.
Um testemunho do Pe. J. Y. Congar sobre
a força dos salmos, para seus irmãos sacerdotes: “Aquele que escreve as
páginas que seguem tem uma consciência bastante clara de como dirigir-se aos
homens, seus irmãos, que se encontram no meio de sofrimentos e dificuldades
algumas vezes extremas, enquanto ele se encontra seguro, mergulhado em trabalho
interessante, louvado por outros homens, respeitado como se já tivesse
conseguido o triunfo. No entanto, aquele que escreve lhes entrega a sinceridade
absoluta de sua alma. Ele também conheceu horas difíceis, a oposição, a
desconfiança, a solidão e inclusive o desterro. Experimentou a tentação de
acreditar que a noite jamais acabaria. Só conseguiu ‘manter-se de pé’ pela
invencível esperança que a oração dos salmos colocava a cada dia em seu
coração, e sobre seus lábios. Em última instância, só conseguiu sair da noite
pela misericórdia de Deus, depois de ter aceito ser reduzido a nada, não
sobressair em coisa alguma” (Hilar Raguer – Para Compreender
os Salmos – Loyola).
Para expressar, como oração, o martírio
relatado na primeira leitura, a liturgia nos oferece o salmo Sl 17 (vv.
1.5-6.8-9.15). Os inimigos de Davi se fortaleceram e então ele eleva sua
oração, já que nem tudo depende dele. “Davi pede a Deus ação, não
apenas palavras. Ele queria que seus inimigos fossem removidos. Davi orou com
fé de que Deus ouviria e efetivamente interviria em seu favor. Quando foi a
última vez que você orou dessa forma? Se você mantiver sua vida pura e honesta,
inimigos se levantarão e tentarão derrubá-lo. Não se vingue. Fale deles para
Deus e, então, veja a justiça divina em ação” (Douglas Connelly
- Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson
Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite