(Sb 6,1-11; Sl 81[82]; Lc 17,11-19)
32ª Semana do Tempo Comum.
A linguagem forte e violenta de alguns
salmos pode nos assustar e considerar a sua origem de uma cultura primitiva, de
uma sociedade cruel, mas mesmo com toda nossa evolução humana, podemos considerar
nossa sociedade menos violenta e assustadora? Pense no aborto, com toda a sua
maquiagem; nos que morrem de fome diante da indiferença de tantas nações
opulentas? E as guerras espalhadas pelo mundo com tantas vítimas e
particularmente crianças? “Mas atenção: não se trata de colocar a culpa por
tudo isso sobre certos estados e determinados governantes. Na verdade, somos
corresponsáveis e solidários com o mal no mundo, e nós, os cristãos, o somos de
modo especial. Somos particularmente responsáveis pelo fato de até na Igreja, e
nas comunidades que a constituem, imperar uma caridade menos perfeita. Com os
versículos de que estamos falando, certamente nos confessaremos responsáveis
pela parte de culpa que temos no mal do mundo e nos males da Igreja” (Hilar
Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).
Fragmentos do salmo 82 (vv. 3-4.6-7)
complementam a reflexão do autor do livro da Sabedoria sobre os poderosos e sua
responsabilidade diante do que lhe foi confiado. “O cenário do salmo é o
de uma corte celeste. Deus julga as obras dos deuses, encarregados de guardar
justiça entre os homens. Acusa-os de não terem cumprido o seu dever e
condena-os à morte (v. 7). De agora em diante será Ele o único juiz, o Senhor
de Israel, o único Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite