Todos os Santos e Santas – 2017

(Ap 7,2-4.9-14; Sl 23[24]; 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12a).

1. A liturgia da palavra para a solenidade de todos os Santos abre-se para nós sob a simbologia do livro do Apocalipse que trata, num primeiro plano, de todos os membros da Igreja, que pelo sinal do batismo e dos sacramentos, foram marcados e convidados para uma vida plena com Deus.

2. Mas se vislumbra uma multidão que com suas túnicas e palmas falam do martírio, da vitória, da alegria. Não se faz uma conta exata, mas se compreende que eles estão presentes em todas as nações, tribos, povos e línguas. Também eles se inserem entre os adoradores de Deus.

3. A proposta é ampliar o nosso olhar e compreender que a salvação oferecida por Deus é mais ampla do que pensamos e a santidade é rica na diversidade de suas expressões.

4. Nosso salmo delineia as atitudes de quem entra no Templo e como que antecipando o evangelho, nos lembra alguns requisitos que nos permitem estar em Sua presença e receber d’Ele a bênção.

5. A 2ª Leitura amplia essa consciência da comunhão com Deus através do traço filial, um caminho de identidade que nos foi proposto por Jesus: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Algo a ser vivido desde já, na compreensão de que se Deus é puro, é preciso viver esse exercício de aproximação na purificação de si mesmo. Mais que ritos, Jesus nos fala de uma atitude perante a vida.

6. Nosso olhar acompanha Jesus, que sobe a montanha, o lugar alto da divindade e do encontro, como já a nos lembrar que a nossa comunhão plena com Deus exige um esforço de subida, de ascese. Esse caminho não nos tira da realidade que nos cercam. O Reino proposto por Jesus nasce em meio ao esforço de vivermos o espírito das bem-aventuranças.

7. A proposta de Jesus nos fascina e nos inquieta, mas se quisermos descobrir o que há de tão encantador em suas palavras é que elas traduzem o seu estilo de vida. Viveu a pobreza desde seu nascimento, numa profunda confiança na providência. Foi manso, misericordioso, pacificador, puro de coração, pois estava voltado para a vontade de Deus, por fim perseguido e martirizado.

8. A busca da santidade é primeiramente um manter olhos fixos em Jesus. O segundo é perceber as simples expressões de homens e mulheres que vivem o evangelho no seu dia a dia. Jesus é a fonte inspiradora da santidade que se reflete, como um caleidoscópio na multiplicidade de expressões que conhecemos de nossos altares e que por sua vez nos inspiram. 

9. Nossas atitudes também podem ser inspiradoras, principalmente quando bebem dessa fonte de ver a vida com os olhos de Jesus. Que os santos e santas de Deus nos inspirem nessa atitude de seguimento de Jesus.

Pe. João Bosco Vieira Leite