(Sb 2,23—3,9; Sl 33[34]; Lc 17,7-10)
32ª Semana do Tempo Comum.
Nos salmos que rezamos tentamos
contemplar e interiorizar, a partir das palavras do salmista, na nossa própria
alma, como se o lêssemos a partir de nossa experiência pessoal. Uma primeira
pista de como rezar os salmos imprecatórios: “Os sentimentos de vingança, ódio
ou rancor que se refletem naquelas frases, entendidas de acordo com seu teor
literal, não serão precisamente aqueles que nosso coração abriga? Ao invés de
resistir em rezar aquele salmo, ou aquele versículo, considerando-o pouco
cristão e, portanto, indigno de nossa alta perfeição, por acossa não deveríamos
dizer de maneira mais profunda, tornando-o nosso, como confissão de nosso pouco
amor, e deste modo pedir a Deus que nos perdoe e nos dê mais caridades para com
o próximo?” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos –
Loyola).
Ainda falando da ação interior da
sabedoria no ser humano, o autor lembra que Deus não se deixa impressionar por
grandezas exteriores, particularmente dos soberanos. Todo poder vem de Deus,
por isso todos se lembrem que estão a serviço do Senhor e por consequências,
dos pobres desse mundo. O nosso salmo 82 (vv. 3-4.6-7) apela para o devido
cuidado para com eles. Atribuído a Asafe que luta contra a exploração e o abuso
de poder contra os pobres e vulneráveis da sociedade. Um salmo de sabedoria. “O
que deveria levar todos os líderes civis a pararem com a injustiça é a
percepção de que Deus está examinando cuidadosamente todas as decisões que o
líder ou juiz toma. Deus procura compaixão, misericórdia e defesa dos mais
vulneráveis ao ataque ou à exploração” (Douglas Connelly - Guia Fácil
para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite