Terça, 07 de novembro de 2017

(Rm 12,5-16; Sl 130[131]; Lc 14,15-24) 
31ª Semana do Tempo Comum.

Os salmos históricos tomam certos fatos como tema do louvor divino. Podemos perceber isso ao início e fim do salmo 104 e 105 num convite a si mesmo (alma) a louvar a Deus. No salmo 78 a história é lembrada como argumento para convidar o povo à conversão, para reconhecer-se no pecado dos antepassados.  Um outro tema presente nos salmos históricos é a criação e Lei, mesmo não sendo próprio desse gênero. “O primeiro desses temas é o da criação que, em Gênesis, foi anteposto como prólogo à história da escolha dos patriarcas. Não são poucos os salmos que colocam em paralelo esta dupla ordem das maravilhas realizadas por Deus: as que contemplamos na natureza criada, e as de suas intervenções na história. O salmo 136 lembra primeiro a criação dos céus, do sol e da lua, e depois recorda as pragas do Egito, o êxodo, as vitórias sobre os reis pagãos e a terra dada como herança a Israel, tudo isso alternando com a proclamação confiada e agradecida de que ‘seu amor é eterno’” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Para casar com o final da 1ª leitura proclamada que convida à uma atitude de humildade, o pequeno salmo 131, aqui na íntegra, nos ajuda a rezar essa confiança em Deus que tudo conhece. Também atribuído a Davi, considerado um homem humilde e sábio. Expressa confiança e ao mesmo tempo aconselha rezarmos este salmo quando somos tentados a achar que somos melhores do que pensamos. “Alguns estudiosos do Antigo Testamento acreditam que este salmo reflita a resposta de Davi à sua esposa, Mical, ao criticá-lo por dançar diante do Senhor quando a arca da aliança estava sendo levada para a cidade de Jerusalém. Mical sentiu vergonha ao ver o rei, seu marido, saltando de um lado para o outro em um louvor desinibido a Deus. Ela o chamou de um homem vulgar (2Sm 6,20). Em resposta, Davi disse ‘[Eu] me rebaixarei ainda mais, e me humilharei aos meus próprios olhos’ (2Sm 6,22). Talvez enquanto refletia sobre essa experiência, Davi tenha escrito as palavras do salmo 131 – ‘Senhor, o meu coração não é orgulhoso’ (v. 1). O salmo é um cântico de humilde confiança, fluindo de um coração que reconhece as profundezas da graça e da misericórdia de Deus. Diante de Deus, todos tiramos os sapatos e curvamos a cabeça” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).     


 Pe. João Bosco Vieira Leite