(Ez 47,1-2.8-9.12; Sl 45[46]; Jo 2,13-22)
Dedicação da
Basílica do Latrão.
Três salmos têm a Lei como tema
principal: 1, 19B (segunda parte do salmo) e 119. Isso não quer dizer que esse
tema não esteja presente em outros salmos. “É evidente que, para o
judeu crente, a Lei não é apenas algo que deve ser cumprido, mas objeto de
devoção e fervor. Isso é um choque para a nossa mentalidade ante legalista.
Para o israelita, a Lei aparece como culminação de uma história de amor: Javé
tira seu povo da escravidão no Egito e o leva amorosamente entre prodígios e
maravilhas, pelo mar e pelo deserto, até a montanha santa, onde firma com ele
uma aliança e lhe dá uma Lei. Os preceitos divinos são inseparáveis da história
da salvação” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos –
Loyola).
A presença de Deus entre nós também se
expressa pelos lugares sagrados ou a Ele consagrados, como essa basílica do
Latrão, a primeira igreja oficial (prédio) cristã e por isso mãe de todas as
igrejas cristãs católicas espalhadas no mundo. É essa presença do Senhor que
canta o salmo 46 (vv. 2-6.8-10) expressando também sua confiança absoluta,
talvez escrito quando Deus libertou Jerusalém do ataque do exército assírio nos
dias do rei Ezequias. “O autor do salmo 46 confiava que Deus iria
ajuda-lo de duas maneiras. Primeiro, Deus é um refúgio, um lugar seguro para
onde podemos correr em busca de proteção. Segundo, Deus é uma ajuda, uma fonte
de força interior quando calamidades ou problemas surgem na vida. Às vezes,
Deus nos serve de escudo contra os problemas que nos cercam (uma fortaleza), e,
em outras, Deus permite que passemos por provações, mas ele passa por elas
conosco” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos -
Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite