(Dn 1,1-6.8-20; Sl Dn 3; Lc 21,1-4)
34ª Semana do Tempo Comum.
“Nascemos com este
livro nas entranhas. Um pequeno livro? Cento e cinquenta poemas, cento e
cinquenta escadas erguidas entre a vida e a morte, cento e cinquenta espelhos
de nossas rebeliões e infidelidades, de nossas agonias e ressurreições. Mais
que um livro: um ser vivo que fala – que fala com você -, que sofre, geme e
morre, que ressuscita e canta, no dintel, e nos apanha, nos arrasta, a nós e
aos séculos dos séculos, desde o começo até o fim... Encerra um mistério, pelo
que as sucessivas eras não cessam de voltar uma vez e outra mais a este canto,
de purificar-se nesta fonte, de interrogar cada versículo, cada palavra da
antiga oração, como se seus ritmos fizessem bater forte o pulso dos mundos” (André
Chouraqui in Hilar Raguer – Para Compreender os
Salmos – Loyola).
Nesses dias que seguem teremos o
Cântico de Daniel (vv. 52-53) como salmo. Rezado na Liturgia das Horas, ele faz
parte da festas e solenidades, enfatizando o louvor das criaturas ao Senhor,
seu Criador. “É o cântico dos três jovens hebreus que, no Livro de
Daniel, se recusaram a adorar a estátua de ouro. A ‘bênção’ marca este
hino-oração dirigido ao Senhor, denominado ‘Deus de nossos pais’ (v. 52), cuja
santidade e realeza celebra. O templo no qual Deus habita é o templo celeste:
Ele ‘está sentado sobre os anjos’ (as figuras aladas colocadas sobre a Arca) e
daí ‘domina as profundidades’ (v. 55), porque conhece todas as coisas” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite