Segunda, 27 de novembro de 2017

(Dn 1,1-6.8-20; Sl Dn 3; Lc 21,1-4) 
34ª Semana do Tempo Comum.

“Nascemos com este livro nas entranhas. Um pequeno livro? Cento e cinquenta poemas, cento e cinquenta escadas erguidas entre a vida e a morte, cento e cinquenta espelhos de nossas rebeliões e infidelidades, de nossas agonias e ressurreições. Mais que um livro: um ser vivo que fala – que fala com você -, que sofre, geme e morre, que ressuscita e canta, no dintel, e nos apanha, nos arrasta, a nós e aos séculos dos séculos, desde o começo até o fim... Encerra um mistério, pelo que as sucessivas eras não cessam de voltar uma vez e outra mais a este canto, de purificar-se nesta fonte, de interrogar cada versículo, cada palavra da antiga oração, como se seus ritmos fizessem bater forte o pulso dos mundos” (André Chouraqui in  Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Nesses dias que seguem teremos o Cântico de Daniel (vv. 52-53) como salmo. Rezado na Liturgia das Horas, ele faz parte da festas e solenidades, enfatizando o louvor das criaturas ao Senhor, seu Criador. “É o cântico dos três jovens hebreus que, no Livro de Daniel, se recusaram a adorar a estátua de ouro. A ‘bênção’ marca este hino-oração dirigido ao Senhor, denominado ‘Deus de nossos pais’ (v. 52), cuja santidade e realeza celebra. O templo no qual Deus habita é o templo celeste: Ele ‘está sentado sobre os anjos’ (as figuras aladas colocadas sobre a Arca) e daí ‘domina as profundidades’ (v. 55), porque conhece todas as coisas” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).


 Pe. João Bosco Vieira Leite