(Fl 1,1-11; Sl 110[111]; Lc 14,1-6) 30ª Semana do Tempo Comum.
“Diante de Jesus, havia um hidrópico” Lc 14,2.
“Também
a segunda das duas curas só encontradas em Lucas é feita num sábado: a cura de
um hidrópico (Lc 14,1-6). Aqui a cura é apenas rapidamente encenada. Decisiva é
a ideia de que a cura não é um trabalho humano, e sim uma obra de Deus. Os
médicos gregos sempre voltam a falar a hidropisia. Só célebre médico Galeno
menciona quarenta e oito vezes a hidropisia, e indica várias receitas para
curá-la (cf. Bovon, p. 471). A hidropisia manifesta-se por inchações, sobretudo
da barriga. Ela enfraquece o coração e pode levar a uma morte súbita. Na
tradição judaica a hidropisia é vista sobretudo como consequência de excessos
sexuais ou de calúnias ou da idolatria (o bezerro de ouro). Segundo os rabinos,
o ser humano é composto de água e sangue. Quem perde seu equilíbrio, vivendo
sem virtudes, torna-se ou hidrópico ou leproso. No último caso, é porque o
sangue prevaleceu (Bovon, p. 472). Hoje diríamos: quando alguém perde as
medidas, quando exige demais de si mesmo, também seu corpo reage caoticamente.
A harmonia entre os diversos humores e perturbada. Aí, portanto, o que importa
é a medida certa. O ser humano é sadio quando vive de acordo com a sua
natureza. Tornando-se desgarrado, fica doente. Cura significa: redescobrir a
justa medida, e viver” (Anselm
Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).
Pe.
João Bosco Vieira Leite