Segunda, 07 de outubro de 2024

(At 1,12-14; Sl Lc 1; Lc 1,26-38) Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário.

“Todos eles perseveravam na oração em comum junto com algumas mulheres, entre as quais Maria,

mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” At 1,14.

“Nos mistérios dolorosos e gloriosos do Rosário, não está Maria sempre presente como nos gozosos; todavia, não falta sua presença por meio daquela intensa participação que sempre teve em toda a vida do Filho. Em dois momentos culminantes, porém, volta e aparece em primeiro plano: no Calvário e no Cenáculo. Depois de ter acompanhado, em seu retiro, por informação dos discípulos, os primeiros passos da Paixão de Jesus – a agonia do Getsêmani, a flagelação, a coroação de espinhos –, Maria encontra-se com ele no lugar da crucifixão. Aí, a Paixão do Filho funde-se com a da Mãe: aos pés da cruz consuma, com Jesus agonizante, seu holocausto supremo. Maria tem o coração dilacerado. Recebe nos braços Jesus morto, coloca-o no sepulcro, mas não vacila na fé. Está certa que o Filho do Altíssimo não pode ser vencido pela morte. Ao raiar do terceiro dia, quando correm as primeiras notícias da Ressurreição, Maria não tem objeções ou dúvidas. Assim também, mais tarde, não a surpreende a Ascensão de Jesus ao céu. Já sabia e sempre crera que seu reino não teria fim. Ao ficar sem Jesus, seu lugar é junto aos outros filhos que o Senhor lhe confiara na cruz. Apóstolos e discípulos se recolhem em torno dela no cenáculo, à espera do Espírito Santo. Maria lhes anima a oração, sustenta-lhes a fé, recorda-lhes a doutrina do Filho. Eis o itinerário que o Rosário nos ajuda a percorrer com Maria para penetrar as inefáveis grandezas dos mistérios de Cristo: Encarnação, Paixão, Ressurreição. Quem mais que Nossa Senhora os compreendeu e viveu? Quem mais que ela pode dar-nos a compreensão deles? O cristão que bem reza o Rosário pode intuir dos sentimentos do coração de Maria, ante os grandes mistérios de que foi testemunha e protagonista. É que ele se põe em contato espiritual com Maria para acompanha-la nas várias etapas de sua vida. Assim se transforma o Rosário em profunda meditação, aliás, em contemplação, sob a guia de Nossa Senhora. Continuamente repetidas, querem as ave-marias exprimir a atitude da alma que se ergue para a Virgem, a fim de ser por ela introduzida na compreensão cada vez mais luminosa dos divinos mistérios. Seja esta graça o fruto da festa de hoje: ‘Ó Pai... concedei ao vosso povo reviver com tanta fé os mistérios de vosso Filho, que alcance as promessas da Redenção’ (Oração ao Ofertório da Missa)” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola)  

 Pe. João Bosco Vieira Leite