Quarta, 16 de outubro de 2024

(Gl 5,18-25; Sl 01; Lc 11,42-46) 28ª Semana do Tempo Comum.   

“Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne com suas paixões e seus maus desejos” Gl 5,24

“Paulo explica um prolongado paralelismo antitético entre as ‘obras da carne’ (vv. 19-21) e os ‘frutos do Espírito’ (v. 22), destinado a recordar as dimensões sobre as quais a vida dos crentes é interpelada a conformar-se. Esclarece assim que a liberdade cristã (cf. Gl 5,1; cf. terça-feira desta semana) não é anarquia, mas está orientada para um projeto de amor (‘liberdade para’). [Compreender a Palavra:] A fé torna-se operativa num amor de doação (cf. Gl 5,6), porque precisamos o amor pode ser definido como primeiro fruto do Espírito que age em nós (v. 22). A isto contrapõem-se as ‘obras de carne’ (v. 19), nas quais por ‘carne’ não se entendem a corporeidade ou a sexualidade humana, mas sim uma existência autocentrada, egocêntrica, que procura pôr ao seu serviço tanto Deus, com presumíveis artes mágicas, como os outros, com várias formas de egoísmo e de contenda, quer ainda a própria corporeidade, com um uso da sexualidade dirigido exclusivamente para a autogratificação. Pelo contrário, o Espírito gera amor, cujas manifestações são a atitude mansa e benévola para com os outros, e cujo frutos são a alegria e a paz. Paulo interpreta assim algumas listas de vícios e virtudes reinantes no seu ambiente (helenista e judaico), afirmando que as ‘virtudes’ são, realmente, atitudes que o mesmo Espírito anima nos crentes. Todavia, isto não acontece de forma mágica: requer o empenho responsável dos indivíduos em colocar-se em sintonia com essa obra” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite