(Gl 5,18-25; Sl 01; Lc 11,42-46) 28ª Semana do Tempo Comum.
“Os que pertencem a Jesus Cristo
crucificaram a carne com suas paixões e seus maus desejos” Gl 5,24
“Paulo
explica um prolongado paralelismo antitético entre as ‘obras da carne’ (vv.
19-21) e os ‘frutos do Espírito’ (v. 22), destinado a recordar as dimensões
sobre as quais a vida dos crentes é interpelada a conformar-se. Esclarece assim
que a liberdade cristã (cf. Gl 5,1; cf. terça-feira desta semana) não é
anarquia, mas está orientada para um projeto de amor (‘liberdade para’).
[Compreender a Palavra:] A fé torna-se operativa num amor de doação (cf. Gl
5,6), porque precisamos o amor pode ser definido como primeiro fruto do
Espírito que age em nós (v. 22). A isto contrapõem-se as ‘obras de carne’ (v.
19), nas quais por ‘carne’ não se entendem a corporeidade ou a sexualidade
humana, mas sim uma existência autocentrada, egocêntrica, que procura pôr ao
seu serviço tanto Deus, com presumíveis artes mágicas, como os outros, com
várias formas de egoísmo e de contenda, quer ainda a própria corporeidade, com
um uso da sexualidade dirigido exclusivamente para a autogratificação. Pelo
contrário, o Espírito gera amor, cujas manifestações são a atitude mansa e
benévola para com os outros, e cujo frutos são a alegria e a paz. Paulo
interpreta assim algumas listas de vícios e virtudes reinantes no seu ambiente
(helenista e judaico), afirmando que as ‘virtudes’ são, realmente, atitudes que
o mesmo Espírito anima nos crentes. Todavia, isto não acontece de forma mágica:
requer o empenho responsável dos indivíduos em colocar-se em sintonia com essa
obra” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite