Quarta, 09 de outubro de 2024

(Gl 2,1-2.7-14; Sl 116[117]; Lc 11,1-4) 27ª Semana do Tempo Comum.

“Um dia, Jesus estava rezando num lugar. Quando terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe:

‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos’” Lc 11,1.

“Hoje vemos como um dos discípulos pede a Jesus instruções sobre como rezar bem. Pois o modo de rezar no qual foram educados já não lhes satisfazia. O Mestre lhes satisfez o desejo, orientando-os a rezar de maneira conveniente. A resposta de Jesus pode ser resumida com uma frase: a correta disposição para a oração cristã é a disposição de uma criança diante do seu pai, é um trato do tipo pai-filho. Isto é, um assunto familiar baseado em uma relação de familiaridade e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada no afeto e na intimidade, e não na relação de poder e autoridade. Rezar como cristãos supõe numa situação onde vemos a Deus como pai e lhe falamos, como seus filhos. Mas de que? – dele, de você: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas..., ações de graças e petições, e Amor e desagravo. Chegamos a ser mulheres e homens de oração quando nosso trato com Deus se faz mais íntimo, como o de um pai com seu filho, transmitir em palavras e linguagem corporal o que sentem no coração. Disso nos deixou como exemplo o próprio Jesus. Ele é o caminho. O segundo aspecto da oração é que deve levar o orante a confrontar-se com o seu próximo. Por isso, sensibiliza-o para a solidariedade e a partilha, de modo que haja pão para todos. E capacita-o para o perdão e a reconciliação, transformando-o em articulador da grande família dos filhos e filhas de Deus. Tudo isso só é possível se for capaz de fazer frente à tentação, recusando-se a pactuar com o pecado e o egoísmo. Portanto, a oração do discípulo do Reino está em íntima relação com a sua vida. – Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se expresse em gestos de solidariedade, de reconciliação, sinais de minha comunhão contigo” (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite