(Gl 2,1-2.7-14; Sl 116[117]; Lc 11,1-4) 27ª Semana do Tempo Comum.
“Um dia, Jesus estava rezando num lugar.
Quando terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe:
‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também
João ensinou a seus discípulos’” Lc 11,1.
“Hoje
vemos como um dos discípulos pede a Jesus instruções sobre como rezar bem. Pois
o modo de rezar no qual foram educados já não lhes satisfazia. O Mestre lhes
satisfez o desejo, orientando-os a rezar de maneira conveniente. A resposta de
Jesus pode ser resumida com uma frase: a correta disposição para a oração
cristã é a disposição de uma criança diante do seu pai, é um trato do tipo
pai-filho. Isto é, um assunto familiar baseado em uma relação de familiaridade
e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada no afeto e na
intimidade, e não na relação de poder e autoridade. Rezar como cristãos supõe
numa situação onde vemos a Deus como pai e lhe falamos, como seus filhos. Mas
de que? – dele, de você: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições
nobres, preocupações diárias..., fraquezas..., ações de graças e petições, e
Amor e desagravo. Chegamos a ser mulheres e homens de oração quando nosso trato
com Deus se faz mais íntimo, como o de um pai com seu filho, transmitir em
palavras e linguagem corporal o que sentem no coração. Disso nos deixou como
exemplo o próprio Jesus. Ele é o caminho. O segundo aspecto da oração é que
deve levar o orante a confrontar-se com o seu próximo. Por isso, sensibiliza-o
para a solidariedade e a partilha, de modo que haja pão para todos. E
capacita-o para o perdão e a reconciliação, transformando-o em articulador da
grande família dos filhos e filhas de Deus. Tudo isso só é possível se for
capaz de fazer frente à tentação, recusando-se a pactuar com o pecado e o
egoísmo. Portanto, a oração do discípulo do Reino está em íntima relação com a
sua vida. – Pai, inspira-me a rezar como convém, de forma que a minha oração se
expresse em gestos de solidariedade, de reconciliação, sinais de minha comunhão
contigo” (Sônia de
Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia [2015]
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite