Sábado, 19 de outubro de 2024

(Ef 1,15-23; Sl 8; Lc 12,8-12) 28ª Semana do Tempo Comum.

“Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja,

que é seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal” Ef 1,22-23.

“O texto é composto por uma oração de ação de graças e de intercessão (vv. 15-19), na qual está presente o estilo próprio do começo das Cartas paulinas, e é seguido por uma celebração cristológica (vv. 20-23), que amplifica a conclusão da oração. O autor retoma assim muitos temas do texto precedente, de modo a formar com ele um díptico que preludia o corpo epistolar verdadeiro e próprio. [Compreender a Palavra:] A ressurreição de Cristo não é um ‘regresso a viver o modo que antecedeu a sua morte’, mas ‘viver na plenitude de Deus’, participando plenamente da glória do Senhor e da Sua vitória sobre a morte. A pregação apostólica é concordante nisto, e testemunha-o com várias linguagens. Lucas, por exemplo, diz que Jesus ressuscitado foi ‘exaltado à direita de Deus’ (At 2,33), entendendo com esta metáfora que Ele assumiu a tarefa de plenipotenciário de Deus. O autor da Carta aos Efésios junta a essa imagem a da ‘dominação’ que Jesus ressuscitado exerce sobre todas as realidades (cf. vv. 20-21), as quais, respectivamente, estão sujeitas aos Seus pés (cf. v. 22), isto é, submetidas à Sua autoridade. O autor, todavia, não tem uma visão idealista da História, mas reconhece que nela atuam forças contrárias ao projeto salvífico de Deus. Em todo o caso, estas não atentam contra o senhorio de Cristo sobre a História, que é já efetiva, embora na expectativa do seu cumprimento escatológico. Devido a esta fé, o Apóstolo pode rezar para que os crentes possam haurir força do poder salvífico do Ressuscitado (cf. v. 19)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite