(Ef 1,15-23; Sl 8; Lc 12,8-12) 28ª Semana do Tempo Comum.
“Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez
dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja,
que é seu corpo, a plenitude daquele que
possui a plenitude universal” Ef
1,22-23.
“O
texto é composto por uma oração de ação de graças e de intercessão (vv. 15-19),
na qual está presente o estilo próprio do começo das Cartas paulinas, e é
seguido por uma celebração cristológica (vv. 20-23), que amplifica a conclusão
da oração. O autor retoma assim muitos temas do texto precedente, de modo a
formar com ele um díptico que preludia o corpo epistolar verdadeiro e próprio.
[Compreender a Palavra:] A ressurreição de Cristo não é um ‘regresso a viver o
modo que antecedeu a sua morte’, mas ‘viver na plenitude de Deus’, participando
plenamente da glória do Senhor e da Sua vitória sobre a morte. A pregação
apostólica é concordante nisto, e testemunha-o com várias linguagens. Lucas,
por exemplo, diz que Jesus ressuscitado foi ‘exaltado à direita de Deus’ (At
2,33), entendendo com esta metáfora que Ele assumiu a tarefa de
plenipotenciário de Deus. O autor da Carta aos Efésios junta a essa imagem a da
‘dominação’ que Jesus ressuscitado exerce sobre todas as realidades (cf. vv.
20-21), as quais, respectivamente, estão sujeitas aos Seus pés (cf. v. 22),
isto é, submetidas à Sua autoridade. O autor, todavia, não tem uma visão
idealista da História, mas reconhece que nela atuam forças contrárias ao
projeto salvífico de Deus. Em todo o caso, estas não atentam contra o senhorio
de Cristo sobre a História, que é já efetiva, embora na expectativa do seu
cumprimento escatológico. Devido a esta fé, o Apóstolo pode rezar para que os
crentes possam haurir força do poder salvífico do Ressuscitado (cf. v.
19)” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite