Terça, 8 de outubro de 2024

(Gl 1,13-24; Sl 138[139]; Lc 10,38-42) 27ª Semana do Tempo Comum.

“Porém uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada” Lc 10,42.

“Se se fizesse uma simples pesquisa entre os homens de hoje sobre o que é único necessário, encontraríamos respostas muito diferentes e enfoques contraditórios, pois para alguns o único necessário é o dinheiro; para outros, é a saúde, para outros, o bem-estar ou o pão de cada dia, a roupa, a casa, a compreensão entre os que nos rodeiam, a paz. Indubitavelmente, todas estas coisas mencionadas exigem-se na vida humana, que por vontade do Criador quis que seja corporal e material, pessoal e comunitária, ou social; daí ser preciso para o homem viver em paz, na justiça e na honestidade, e na mútua compreensão uns com os outros; porém, todos esses valores humanos formam entre si uma corrente férrea, sujeita a um primeiro anel, que é Deus. Se se rompe esse primeiro anel, todos os outros se perdem: sem Deus, não existe moral, sem moral não existe justiça, sem justiça não existe paz e sem paz não se pode viver; daí, no último extremo, o amor a Deus ser o único necessário, pois tendo-o temos tudo, enquanto, sem ele, perdemos tudo que é bom, justo, belo e agradável. Marta estava atarefada com muitos afazeres, preocupada por muitas coisas, distraída em muitas obrigações; todo esse amontoado de coisas agitava e distraía, impedindo-lhe conseguir o repouso e a paz imprescindível para reencontrar-se em seu íntimo e ouvir em seu interior a palavra de Deus, que devia iluminá-la. As muitas ocupações de ordem material e profissional e mesmo de ordem apostólica podem transformar-se em obstáculos para nossa vida de oração e de contemplação; também poderá o Senhor recriminar-nos com a Marta, dizendo-nos que ‘andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas’ (V. 41), quando na realidade há necessidade de poucas coisas, ou melhor ‘uma só coisa é necessária’ (v. 42)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite