(Gl 1,13-24; Sl 138[139]; Lc 10,38-42) 27ª Semana do Tempo Comum.
“Porém uma só coisa é necessária. Maria
escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada” Lc 10,42.
“Se
se fizesse uma simples pesquisa entre os homens de hoje sobre o que é único
necessário, encontraríamos respostas muito diferentes e enfoques
contraditórios, pois para alguns o único necessário é o dinheiro; para outros,
é a saúde, para outros, o bem-estar ou o pão de cada dia, a roupa, a casa, a
compreensão entre os que nos rodeiam, a paz. Indubitavelmente, todas estas
coisas mencionadas exigem-se na vida humana, que por vontade do Criador quis
que seja corporal e material, pessoal e comunitária, ou social; daí ser preciso
para o homem viver em paz, na justiça e na honestidade, e na mútua compreensão
uns com os outros; porém, todos esses valores humanos formam entre si uma
corrente férrea, sujeita a um primeiro anel, que é Deus. Se se rompe esse
primeiro anel, todos os outros se perdem: sem Deus, não existe moral, sem moral
não existe justiça, sem justiça não existe paz e sem paz não se pode viver;
daí, no último extremo, o amor a Deus ser o único necessário, pois tendo-o
temos tudo, enquanto, sem ele, perdemos tudo que é bom, justo, belo e
agradável. Marta estava atarefada com muitos afazeres, preocupada por muitas
coisas, distraída em muitas obrigações; todo esse amontoado de coisas agitava e
distraía, impedindo-lhe conseguir o repouso e a paz imprescindível para
reencontrar-se em seu íntimo e ouvir em seu interior a palavra de Deus, que
devia iluminá-la. As muitas ocupações de ordem material e profissional e mesmo
de ordem apostólica podem transformar-se em obstáculos para nossa vida de
oração e de contemplação; também poderá o Senhor recriminar-nos com a Marta,
dizendo-nos que ‘andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas’ (V.
41), quando na realidade há necessidade de poucas coisas, ou melhor ‘uma só coisa
é necessária’ (v. 42)” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite