Quinta, 03 de outubro de 2024

(Jó 19,21-27; Sl 26[27]; Lc 10,1-12) 26ª Semana do Tempo Comum.

“Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó,

e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne verei a Deus” Lc 10,25-26.

“Se Jó tivesse continuado a percorrer os caminhos do protesto, teria encontrado a morte na solidão do deserto da sua vida, como aconteceu ao povo que murmurou durante o êxodo (cf. Nm 14). Pelo contrário, embora advirta, por um lado, que Deus o ataca com o sofrimento, por outro, pressente que os olhos do seu coração se abrem. Cresce nele o desejo de contemplar o verdadeiro rosto de Deus, não como um inimigo, mas sim como defensor. [Compreender a Palavra:] Jó, sozinho, doente, completamente prostrado por terra, sem forças, sente que todos os pensamentos que até então tinham preenchido a sua mente não podem corresponder à realidade. Deus é diferente da imagem que os seus amigos – e no fundo também ele próprio – tinham feito d’Ele. Aquele que agora o castiga será também Aquele que, no final, o vingará. Será Aquele que fará justiça, mas uma justiça diferente da que até então invocou. Jó, ainda antes de morrer e num tempo de confusão, quando o povo já se tinha deixado envolver pela cultura grega, quis deixar este testemunho, acerca de Deus, em herança a Israel. Está certo – sente esta inspiração cada vez mais clara no coração – de que verá a Deus vê-lo-á como amigo do homem. Quando O verá? Antes de morrer? Depois da morte? A tradução latina fala de uma visão de ressuscitado. Embora o texto hebraico não fale ainda disto, no Evangelho o desejo de Jó encontra cumprimento na ressurreição na carne em Cristo” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite