(Jó 19,21-27; Sl 26[27]; Lc 10,1-12) 26ª Semana do Tempo Comum.
“Eu sei que o meu redentor está vivo e
que, por último, se levantará sobre o pó,
e depois que tiverem destruído esta
minha pele, na minha carne verei a Deus” Lc 10,25-26.
“Se
Jó tivesse continuado a percorrer os caminhos do protesto, teria encontrado a
morte na solidão do deserto da sua vida, como aconteceu ao povo que murmurou
durante o êxodo (cf. Nm 14). Pelo contrário, embora advirta, por um lado, que
Deus o ataca com o sofrimento, por outro, pressente que os olhos do seu coração
se abrem. Cresce nele o desejo de contemplar o verdadeiro rosto de Deus, não
como um inimigo, mas sim como defensor. [Compreender a Palavra:] Jó, sozinho,
doente, completamente prostrado por terra, sem forças, sente que todos os
pensamentos que até então tinham preenchido a sua mente não podem corresponder
à realidade. Deus é diferente da imagem que os seus amigos – e no fundo também
ele próprio – tinham feito d’Ele. Aquele que agora o castiga será também Aquele
que, no final, o vingará. Será Aquele que fará justiça, mas uma justiça
diferente da que até então invocou. Jó, ainda antes de morrer e num tempo de
confusão, quando o povo já se tinha deixado envolver pela cultura grega, quis
deixar este testemunho, acerca de Deus, em herança a Israel. Está certo – sente
esta inspiração cada vez mais clara no coração – de que verá a Deus vê-lo-á
como amigo do homem. Quando O verá? Antes de morrer? Depois da morte? A
tradução latina fala de uma visão de ressuscitado. Embora o texto hebraico não
fale ainda disto, no Evangelho o desejo de Jó encontra cumprimento na
ressurreição na carne em Cristo” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite