Terça, 28 de maio de 2024

(1Pd 1,10-16; Sl 97[98]; Mc 10,28-31) 8ª Semana do Tempo Comum.

“Começou Pedro a dizer a Jesus: ‘Eis que nós deixamos tudo e te seguimos’” Mc 10,28.

“O que, de verdade, ocupa lugar central em nossa vida? Temos sempre tantos projetos, tantos sonhos... Construímos coisa, relações, situações... E em que colocamos nossa confiança? Essa situação ‘conhecida’, em que acreditamos haver algum controle de nossa parte, acaba por nos dar conforto e uma sensação de segurança. E, aos poucos, vão se formando coisas intocáveis em nossa vida. Coisas de que não abrimos mão, consciente ou inconscientemente, por medo de atingirmos ou prejudicarmos aquilo que temos por segurança. O seguimento de Jesus não se trata de abandonar nossos sonhos, projetos e conquistas. Trata-se, primeiramente, de reconhecermos que nossa segurança não está naquilo que construímos, pois tudo pode ser passageiro... Nossa segurança verdadeira está naquele que dá sentido a qualquer projeto, que torna possível qualquer sonho, que dá força para qualquer construção. O que todo discípulo deve abandonar é a falsa referência egoísta e autocentrada de nossos sonhos, projetos e conquistas. Nossa vida não gira em torno do nosso umbigo. Não somos o centro do mundo e esse sair de si é imprescindível para o discipulado. Não deixamos nada, na verdade, porque nada tínhamos, tudo vinha de Deus. Esse reconhecimento, esse abandono dessa falsa segurança e mentirosa posse das coisas é a pobreza evangélica necessária para voltar-se para os verdadeiros valores em nossa vida. – Deixamos tudo, Senhor, e tudo levamos, pois és nosso tudo e não podemos renunciar a ti. Bendizemos-te por ti mesmo, pelo amor e doação que nos ensinas, pela caridade com que nos acolhes, pela misericórdia que nos ofereces. Seja louvado nosso Senhor, para sempre. Amém!” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite