Sábado, 18 de maio de 2024

(At 28,16-20.30-31; Sl 10[11]; Jo 21,20-25) 7ª Semana da Páscoa.

“Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: ‘Senhor, o que vai ser deste?’ Jesus respondeu:

‘Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, o que te importa isso? Tu, segue-me!’” Jo 21,21-22.

“Uma antiga tradição reconhece João Evangelista como o discípulo amado. Também o relaciona com o discípulo citada nessa passagem. Daí a ideia de que João, o discípulo amado, não morreria até a volta de Jesus em sua glória. Há até uma devoção em torno de João, que não teria morrido, mas de certo modo ‘levado’ ao céu... A crítica literária questiona se João é mesmo esse discípulo amado ao qual Jesus sempre se referia. Mesmo a autoria do Evangelho de João não corresponde ao discípulo com esse nome. E o próprio Evangelho, continuando o texto, esclarece que Jesus não disse que o discípulo não morreria, apenas disse ‘o que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?’ Mas mais importante que isso é a distinção que Jesus faz daquele por quem Pedro pergunta e o papel que cabe a Pedro: ‘Tu, vem e me segue!’. Nosso papel é perguntar sobre o que será dos outros, sobre que papel terão, ou nosso papel consiste em assumir nossa vocação, nosso chamado, a seguir a Jesus? O caminho pessoal de realização e seguimento difere para cada um. Mesmo desafios parecidos representam graus de dificuldades diferentes para pessoas diferentes. Nosso papel é comunitário, sim, mas a adesão é pessoal. Da mesma forma, ‘até que eu venha’ não é uma referência temporal, até o dia e a hora em que eu retornar. Pois, em termos absolutos, Jesus nunca nos deixa. Sua volta ao Pai referencia que Deus é a origem e o fim de tudo. Todos nós tendemos e nos realizamos em Deus. Somente nos encontramos de verdade em Deus. O discípulo amado, como referência a cada um de nós, amados também por Jesus, permanecerá em seu amor, até que a comunhão seja plena, quando o amor será pleno. – Permanece conosco, Senhor, e ensina a todos que o Amor supera qualquer barreira, mesmo o tempo e a morte, de tal forma que tua entrega nos liberte de todo o pecado. Amém!” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).         

Pe. João Bosco Vieira Leite