(At 18,1-8; Sl 97[98]; Jo 16,16-20) 6ª Semana da Páscoa.
“Pouco tempo ainda e já não me
vereis. E outra vez um pouco tempo e me verei de novo” Jo
16,16.
“A presença física de Jesus foi
criando laços entre ele e os discípulos. Esta forma de contato não podia durar
para sempre. E Jesus anteviu, para breve, sua volta ao Pai. Dentro de pouco
tempo os discípulos não mais o veriam. Eles, entretanto, não se davam conta de
que o Mestre estava aludindo à sua morte e a sucessiva ida para junto do Pai.
As palavras de Jesus funcionavam como chave de leitura para sua morte. Esta não
seria o fim trágico de sua carreira, mas sim sua transição da história humana
para a comunhão com o Pai. Outra chave de leitura estava contida no
contraste entre o choro dos discípulos e a alegria do mundo. Os adversários de
Jesus ficariam contentes ao vê-lo suspenso num madeiro, certo de terem reduzido
a nada todo o seu ideal. Os discípulos lastimariam a perda do amigo querido, a
quem tinham dedicado suas vidas. Todavia, esta realidade seria revertida. A
Ressurreição do Senhor e sua consequente ida para junto do Pai seriam motivo de
júbilo para os discípulos, ao passo que a arrogância de seus inimigos ficaria
anulada. A pretensa vitória destes sobre Jesus redundaria em derrota, pela
manifestação de Deus na vida de seu Filho. A ida para o Pai seria o destino de
Jesus. Por isso, os discípulos deveriam se alegrar. A ausência temporária se
transformaria em presença perpétua. A tristeza dos discípulos não impediu Jesus
de seguir seu caminho. – Senhor Jesus, que meu coração se alegre por
saber-te junto do Pai, donde te fazes presença constante na minha caminhada” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite