(Gn 3,9-15.20; Sl 86[87]; Jo 19,25-34) Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja.
“Perto da cruz de Jesus,
estavam de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena”
Jo 19,25.
“Maria não estava com Jesus
no Domingo de Ramos. Não ouviu os ‘Hosanas!’, nem sentiu a excitação ardente de
sua aclamação pública e da entrada triunfal em Jerusalém. O retrato final de
Maria nos Evangelhos é a cena terrível do Calvário. Lá está ela, corajosamente
aos pés da cruz, vendo seu filho morrer lenta e dolorosamente. E, quando o céu
escurece, ela segura o corpo morto do filho em seus braços trêmulos.
Michelangelo esculpiu no mármore um belo tributo a essa jovem mulher. Parece um
tributo a seu ‘sim’ à vontade de Deus. Na estátua, Maria segura Jesus em seus
braços, olhando seu corpo dilacerado com a ternura e a amorosa compaixão de
mãe. Michelangelo chamou sua estátua de ‘Pietà’. Maria é a mulher que, com todo
o seu coração, queria apenas a vontade de Deus; que disse ‘sim’, mas sem
compreender tudo quanto ele envolvia. Mas confiava em Deus, confiava em seu
amor por ela, confiava em sua sabedoria e suas formas de agir, mesmo quando não
compreendia. O resumo feito por Michelangelo de sua incrível façanha é uma
única palavra: PIETÀ. Ela disse ‘sim’ à vontade de Deus e foi leal até o fim. O
cristão que realmente assumiu a ideia de Cristo que o Senhor nunca falou
realmente de sucesso, mas apenas de ‘lealdade’, de pietà. Quando vemos nossa
vida cristã de acordo com a perspectiva do Evangelho, a aceitação da vontade de
Deus é a única verdadeira eterna coroa de louros. Que um anjo possa escrever em
nosso túmulo, no seu e no meu, o epitáfio apropriado para sintetizar nossa vida
nessa terra: PIETÀ” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite