(Ex 23,20-23; Sl
90[91]; Mt 18,1-5.10) Santos Anjos da Guarda.
“Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu
vos digo que os seus anjos nos céus
veem sem cessar a face do meu Pai que está nos
céus” Mt 18,10.
“É uma consoladora verdade de fé que desde a
infância até a morte nossa vida está circuncidada pela proteção dos anjos e sua
intercessão, pois que – lê-se no Catecismo da Igreja Católica – ‘Cada fiel é
ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui
na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e
dos homens, unidos em Deus’. A existência desses seres espirituais, não
corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas
Escrituras e a unanimidade da Tradição: ‘O anjo de Iahweh acampa ao redor dos
que o temem, e os liberta’ (Salmo 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação:
‘Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos
que devem herdar a salvação?’, lê-se na Carta aos Hebreus (1,14). Fundando esta
verdade de fé na própria afirmação de Jesus, a Igreja nos diz que cada cristão,
desde o momento do batismo, é confiado a um anjo particular, que tem a missão
de guardá-lo, guiá-lo na via do bem, inspirar-lhe bons sentimentos, secundar
suas livres escolhas quando estas o encaminham a Deus, ou fazer-lhe perceber a
censura interior da consciência quando elas conduzem à transgressão da lei
divina. A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e
inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas,
nossa época voltou a dar uma particular atenção. Seu precioso ‘serviço’ é
testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo: ‘Os anjos’, escreve
Bossuet, ‘oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos,
fazem valer diante de Deus também os nossos pensamentos. Sejamos felizes por
ter amigos assim pressurosos, intercessores assim fiéis, intérpretes assim
caridosos’. A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo
V, em 1608, mas já um século antes era celebrada à parte da de são Miguel” (Mario Sgarbosa – Os santos e os
beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite