Segunda, 02 de outubro de 2023

(Ex 23,20-23; Sl 90[91]; Mt 18,1-5.10) Santos Anjos da Guarda.

“Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus

veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus” Mt 18,10.

“É uma consoladora verdade de fé que desde a infância até a morte nossa vida está circuncidada pela proteção dos anjos e sua intercessão, pois que – lê-se no Catecismo da Igreja Católica – ‘Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus’. A existência desses seres espirituais, não corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas Escrituras e a unanimidade da Tradição: ‘O anjo de Iahweh acampa ao redor dos que o temem, e os liberta’ (Salmo 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação: ‘Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?’, lê-se na Carta aos Hebreus (1,14). Fundando esta verdade de fé na própria afirmação de Jesus, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado a um anjo particular, que tem a missão de guardá-lo, guiá-lo na via do bem, inspirar-lhe bons sentimentos, secundar suas livres escolhas quando estas o encaminham a Deus, ou fazer-lhe perceber a censura interior da consciência quando elas conduzem à transgressão da lei divina. A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas, nossa época voltou a dar uma particular atenção. Seu precioso ‘serviço’ é testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo: ‘Os anjos’, escreve Bossuet, ‘oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer diante de Deus também os nossos pensamentos. Sejamos felizes por ter amigos assim pressurosos, intercessores assim fiéis, intérpretes assim caridosos’. A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo V, em 1608, mas já um século antes era celebrada à parte da de são Miguel” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite