(Jn 1,1—2,1.11; Sl Jn 2; Lc 10,25-37) 27ª Semana do Tempo Comum.
“Na minha angústia clamei por socorro, pedi vossa
ajuda do mundo dos mortos e vós me atendestes” Jn 2,3.
“O livro da Bíblia é também o sentimento das
pessoas humanas. Sendo assim, não ignora as angústias que tanto fazem parte da
nossa condição. A angústia é tratada na Bíblia também como adversidade, dor,
aflição, tribulação e temor. Ninguém está livre de pequenos e grandes momentos
de angústia. A pessoa religiosa, porém, sofre a angústia, mas não se desespera,
não perde a esperança. Até, pelo contrário, é na tribulação que mais se
exercita na confiança ao Senhor Deus. O Antigo Testamento está repleto de
exemplo de pessoas que encontraram a serenidade em meio à dor, invocando o
Senhor na confiança. Os salmos são fartos nisso. ‘Invoca-me, no dia da angústia
e eu te livrarei’ (Sl 50,15). ‘No dia da minha angústia busquei o Senhor’ (Sl
77,3) é como inicia este salmo. Depois, vai-se lembrando das maravilhas que
Deus fez pelo povo. ‘Você clamou na opressão e eu o libertei’ (Sl 81,8) é o
próprio Senhor que faz recordar tudo o que já fez pelo povo de Israel. Hoje
também tanta gente vive na angústia, atribulada pelas mais diversas situações.
São Paulo lembra que o próprio Cristo sofreu angústia, mas encontrou força no
Pai. E logo escreveu que o amor é maior, e angústia alguma poderá nos separar
do amor de Deus (cf. Rm 8,35). Por amor a Cristo ele até se alegra na
tribulação (2Cor 12,10). Finalmente, Paulo é claro: ‘Tudo posso no Senhor que
me conforta’ (Fl 4,13) – Senhor, nos momentos de angústia, vem em meu
socorro. Faze-me alegre na esperança, confiante na oração e paciente na
tribulação. Ajuda-me a estender a mão e dizer uma palavra de conforto a tantos
irmãos que sofrem. Amém” (Luiz
Demetrio Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite