Sábado, 07 de outubro de 2023

(At 1,12-14; Sl Lc 01; Lc 1,26-38) N. Sra. Do Rosário.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” Lc 1,26.

“A festa de hoje foi instituída há cerca de quatro séculos, em memória e ação de graças, pelas vitorias que os cristãos obtiveram mediante o Rosário de Maria. Já há tempos e em diversos ambientes havia penetrado o uso de recitarem, todos os dias, certo número de ave-marias intercaladas, em cada dezena, por um pai-nosso. Pouco a pouco, foram acrescentando, a cada dezena, a consideração de um dos principais mistérios da vida de Jesus. Depois dividiram este Rosário em três partes de cinco dezenas cada uma, como rezamos hoje. Assim organizados, o Rosário é a verdadeira meditação evangélica feita com Maria. Procuramos imitar a sua atitude diante do que via, e ouvia do Filho: ‘Conservava todas essas coisas, meditando-as em seu coração’ (Lc 2,19). A primeira palavra que a Virgem ouviu, referente a Jesus, foi a do Anjo: ‘Eis que conceberás e darás à luz um Filho a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo’ (Lc 1,31-32). Quantos momentos obscuros teve Nossa Senhora na vida! A dúvida de José, a pobreza de Belém, a fuga para O Egito e tantos outros ainda! Neles terá Nossa Senhora recordado e meditado as palavras do Anjo. Jesus é o Filho do Altíssimo! Podem os homens persegui-lo até a morte, todavia triunfará: ‘Seu reino não terá fim’ (ibidem, 33). Terá também recordado a saudação de Isabel que, por iluminação divina, reconhecera em Maria a Mãe do Salvador. Depois, o nascimento de Jesus envolto em luz celeste, o canto dos Anjos, a jubilosa visita dos pastores. Se tais acontecimentos são registrados no Evangelho, devemo-lo a Maria que, após tê-los guardado e meditado no segredo do coração, narrou-os aos primeiros discípulos e em particular a S. Lucas, o evangelista da infância de Jesus. Outra palavra que certamente Maria jamais esqueceu é a de Simeão: a profecia dos sofrimentos do Menino feito ‘sinal de contradição’, e a espada que transpassará seu coração de Mãe (Lc 2,34-35). Enfim, a primeira palavra de Jesus ela: ‘Não sabeis que é preciso que eu me ocupe das coisas que são do meu Pai?’ (ibidem, 49). Palavra austera, não compreendida imediatamente, mas longamente meditada, mormente nos anos silenciosos de Nazaré e depois nas horas de solidão, quando o Filho percorria a Palestina pregando às multidões, e chegavam até ela os ecos ameaçadores do ódio dos inimigos” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite