(Rm 6,19-23; Sl 01; Lc 12,49-53) 29ª Semana do Tempo Comum.
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e como gostaria que já estivesse
aceso! Devo receber um batismo
e como estou ansioso até que isso se cumpra!” Lc 12,49-50.
“O texto evangélico contém
algumas afirmações de difícil interpretação. Entre elas a declaração de Jesus
de ter vindo trazer fogo à Terra, e seu desejo de vê-lo inflamar. Que fogo é
esse, que ainda não se propagou? Recorrendo à pregação dos antigos profetas, é
possível relacionar as palavras de Jesus com o juízo final, em que os eleitos
serão purificados, e os ímpios, exterminados. Neste caso, o Mestre haveria de
realizar as esperanças escatológicas do povo de Israel: ver a história
purificada de toda maldade. O fogo de Pentecostes, dom do Ressuscitado à
Igreja, poderia ser identificado com a antecipação dos últimos dias. A
realização do desejo de Jesus exigia dele passar para uma prova terrível. Só em
pensar nela, ficava angustiado. Por isso, desejava vê-la superada o mais rápido
possível. Trata-se de um batismo, que não é o de João, recebido no início do
seu ministério. Neste batismo, ele se mostrou solidário com o povo pecador, em
busca de conversão, em vista do futuro. Agora, deverá passar por um outro
batismo, por uma nova prova em vista da purificação do seu povo. Sem dúvida, o
Mestre se referia à paixão e morte de cruz que se aproximavam. Elas teriam a
função de purificar a humanidade de seus pecados, como um fogo abrasador, de
modo a antecipar o juízo final de Deus sobre a história humana. A maldade
estava finalmente condenada. – Pai, que o batismo de Jesus, por sua
morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo
ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).