Sexta, 09 de dezembro de 2022

(Is 48,17-19; Sl 01; Mt 11,16-19) 

2ª Semana do Advento.

“Com quem vou comparar esta geração?” Mt 11,16a.

“Os destinatários da denúncia de Jesus eram todos os que não o acolheram, como também a João Batista. Isto é, os que, aferrados aos seus esquemas, fechavam-se para quem os questionava, propondo-lhes algo novo, mais condizente com a vontade divina. A incapacidade de converter-se era acobertada com críticas infundadas. A austeridade de João foi taxada de possessão demoníaca, de loucura. Por seu modo fraterno de ser, Jesus recebeu a alcunha de comilão, beberão e amigo de gente de má vida. Assim, ambos eram desmoralizados e desautorizados a se apresentarem com referenciais para o povo. A credibilidade dos dois ficava minada nas bases. O testemunho de João exigia preparar-se para acolher o Messias vindouro, por meio de uma profunda transformação interior, em detrimento de certas práticas, ensinadas pelos líderes religiosos. Com isto, a imensa estrutura articulada em torno do templo e de suas instituições, bem como das sinagogas espalhadas pelo país, ficavam sem importância. E também seus mentores e propagadores. Já o testemunho de Jesus era uma aberta denúncia ao segregacionismo preconceituoso da religião da época. Ele foi se colocar exatamente junto dos que eram marginalizados, fazendo-se solidário com eles. Mostrava, assim, onde e como a salvação estava acontecendo, e de que modo o Reino, de fato, irrompia na História. – Pai, que eu não me deixe bloquear pelas críticas, quando minha vida for um testemunho de serviço ao Reino, expressão de minha adesão a teu Filho Jesus (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite