(Is 48,17-19; Sl 01; Mt 11,16-19)
2ª Semana do Advento.
“Com quem vou
comparar esta geração?” Mt 11,16a.
“Os destinatários da
denúncia de Jesus eram todos os que não o acolheram, como também a João
Batista. Isto é, os que, aferrados aos seus esquemas, fechavam-se para quem os
questionava, propondo-lhes algo novo, mais condizente com a vontade divina. A
incapacidade de converter-se era acobertada com críticas infundadas. A
austeridade de João foi taxada de possessão demoníaca, de loucura. Por seu
modo fraterno de ser, Jesus recebeu a alcunha de comilão, beberão e amigo de
gente de má vida. Assim, ambos eram desmoralizados e desautorizados a se
apresentarem com referenciais para o povo. A credibilidade dos dois ficava
minada nas bases. O testemunho de João exigia preparar-se para acolher o
Messias vindouro, por meio de uma profunda transformação interior, em
detrimento de certas práticas, ensinadas pelos líderes religiosos. Com isto, a
imensa estrutura articulada em torno do templo e de suas instituições, bem como
das sinagogas espalhadas pelo país, ficavam sem importância. E também seus
mentores e propagadores. Já o testemunho de Jesus era uma aberta denúncia ao
segregacionismo preconceituoso da religião da época. Ele foi se colocar
exatamente junto dos que eram marginalizados, fazendo-se solidário com eles.
Mostrava, assim, onde e como a salvação estava acontecendo, e de que modo o
Reino, de fato, irrompia na História. – Pai, que eu não me deixe
bloquear pelas críticas, quando minha vida for um testemunho de serviço ao
Reino, expressão de minha adesão a teu Filho Jesus” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite