(Is 7,10-14; Sl 23[24]; Lc 1,26-38)
4ª Semana do Advento.
“O anjo entrou onde
ela estava e disse: ‘Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo’” Lc 1,28.
“A saudação do anjo
Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré,
cidade sem importância das montanhas da Galileia? Mulher sem maiores pretensões
do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas
sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que
méritos tinha para ser ‘agraciada’, ‘plena da graça’ divina? Maria estava longe
de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher
simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si
mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser
mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e autossuficiência, Maria podia
abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torna-la templo
do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de
salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar
‘escrava do Senhor’, e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida,
sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus! Tudo quanto o
anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava
sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao
lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe
permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo.
– Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que
eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite