(Sf 3,1-2.9-13; Sl 33[34]; Mt 21,28-32)
3ª Semana do Advento.
“Então Jesus lhes
disse: ‘Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no
Reino de Deus’”
Mt 21,31b.
“A religião de
Israel, fundada numa Aliança, distinguia duas categorias de pessoas: de um
lado, os bons e justos, identificados por sua fidelidade a Deus; de outro lado,
os ímpios e maus, cujo modo de proceder estava em aberto contraste com a
vontade divina. Alguns grupos religiosos, no tempo de Jesus, votavam ao
desprezo e à condenação certas categorias de pessoas, taxando-as de pecadoras e
recusando-se a conviver com elas. A parábola de Jesus leva em consideração este
fato. Entretanto, inverte os polos da aplicação dos títulos de justos e
pecadores. Os destinatários da parábola evangélica eram os líderes religiosos
de Jerusalém. Soberbamente, estes se consideravam salvos. Por se terem na conta
de fiéis aos ditames da religião, longe do contato com os infiéis. Jesus,
porém, mostrou que a realidade era bem outra. Eles eram como o filho que se
predispôs a trabalhar na vinha do seu pai, e acabou não indo. Sua fidelidade
não era feita de sinais concretos de obediência à vontade divina. Viviam uma
religião baseada em exterioridades, surdos aos apelos de Deus. Por isso, os
cobradores de impostos e as meretrizes precedê-los-iam no Reino de Deus. Estes,
por se reconhecerem pecadores e necessitados da misericórdia divina,
mostravam-se mais dispostos a acolher os apelos do Batista e os de Jesus do que
os chefes religiosos. E, assim tornavam-se mais justos e dignos de salvação do
que quem os desprezava. – Pai, tira do meu coração a soberba que impede
que eu me converta totalmente a ti. E que eu acolha o convite que me fazes” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).