(Ct 2,8-14; Sl 32[33]; Lc 1,39-45)
4ª Semana do Advento.
“Naqueles dias, Maria
partiu para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente, a uma cidade da
Judeia”
Lc 1,39.
“Antes de descrever o
nascimento de João e de Jesus, Lucas nos conta a bela história do encontro de
Maria com Elisabete. Por meio dessa história, ele relaciona o nascimento de
João com o nascimento de Jesus, e ao mesmo tempo interpreta os acontecimentos.
Maria é a mulher abençoada mais que todas as outras, pois carrega o próprio
Senhor dentro dela. É uma história maravilhosa, essa que Lucas nos conta sobre
o encontro. Uma menina de uns 12 ou 14 anos parte para uma viagem apressada
pelas montanhas. Precisa-se normalmente de uns quatro dias para tal caminhada.
Maria deve ser uma mulher briosa para ter a coragem de fazer semelhante viagem
sozinha. A experiência divina, na cena da Anunciação, a pôs em movimento.
Também Elisabete se movimenta. À saudação de Maria, a criança dá um pulinho no
seu ventre. Ela entra em contato com a sua fertilidade, com o novo ser que
dentro dela já está crescendo. E ela fica repleta do Espírito Santo; torna-se
uma profetisa, que percebe em Maria o mistério da sua maternidade. Nessa
maravilhosa história, não se trata apenas daquilo que aconteceu ali. A cena é
um protótipo de todo encontro humano e profundo. Em todo encontro trata-se de
descobrirmos no outro o mistério de Cristo. Quando entendemos isso, a criança
dentro de nós dá um pulinho. Para tal encontro se torne possível, devemos nos
levantar, como Maria, e nos pôr a caminho. Precisamos de nossos próprios pés
para chegar à casa dos outros. E teremos de dobrar montanhas, transpondo montes
de inibições e preconceitos, a fim de ver o outro como ele é” (Anselm Grüm – Jesus,
modelo do ser humano – Loyola).