Quarta, 21 de dezembro de 2022

(Ct 2,8-14; Sl 32[33]; Lc 1,39-45) 

4ª Semana do Advento.       

“Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente, a uma cidade da Judeia”

Lc 1,39.

“Antes de descrever o nascimento de João e de Jesus, Lucas nos conta a bela história do encontro de Maria com Elisabete. Por meio dessa história, ele relaciona o nascimento de João com o nascimento de Jesus, e ao mesmo tempo interpreta os acontecimentos. Maria é a mulher abençoada mais que todas as outras, pois carrega o próprio Senhor dentro dela. É uma história maravilhosa, essa que Lucas nos conta sobre o encontro. Uma menina de uns 12 ou 14 anos parte para uma viagem apressada pelas montanhas. Precisa-se normalmente de uns quatro dias para tal caminhada. Maria deve ser uma mulher briosa para ter a coragem de fazer semelhante viagem sozinha. A experiência divina, na cena da Anunciação, a pôs em movimento. Também Elisabete se movimenta. À saudação de Maria, a criança dá um pulinho no seu ventre. Ela entra em contato com a sua fertilidade, com o novo ser que dentro dela já está crescendo. E ela fica repleta do Espírito Santo; torna-se uma profetisa, que percebe em Maria o mistério da sua maternidade. Nessa maravilhosa história, não se trata apenas daquilo que aconteceu ali. A cena é um protótipo de todo encontro humano e profundo. Em todo encontro trata-se de descobrirmos no outro o mistério de Cristo. Quando entendemos isso, a criança dentro de nós dá um pulinho. Para tal encontro se torne possível, devemos nos levantar, como Maria, e nos pôr a caminho. Precisamos de nossos próprios pés para chegar à casa dos outros. E teremos de dobrar montanhas, transpondo montes de inibições e preconceitos, a fim de ver o outro como ele é” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite