(1Jo 1,1-4; Sl 96[97]; Jo 20,2-8)
São João Evangelista.
“Então entrou também
o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou” Jo 20,8.
“João – ‘o discípulo
que Jesus amava’ e ao qual confiou sua mãe do alto da cruz – era galileu, filho
de Zebedeu e irmão de são Tiago Maior. Pescador de profissão, oriundo de
Betsaida, como os outros dois célebres pescadores, Pedro e André. É provável
que, por sua qualificação de pescador, o Sinédrio – depois da Ascensão de nosso
Senhor – o tenha considerado ‘homem iletrado e sem posição social’, mas quem lê
o quarto evangelho dá-se conta da audácia do pensamento de João, que os
cristãos chamavam ‘o Teólogo’ por antonomásia. Mas inclinado à contemplação que
à ação, é o protótipo das almas consagradas. Está entre os íntimos de Jesus,
mais próximo do Mestre nos momentos solenes, como na Última Ceia; está junto a
Jesus moribundo na cruz e recolhe suas últimas palavras. À diferença dos outros
apóstolos, João não era casado e manteve tal estado na sua longa existência
consumida a serviço do Evangelho. É o autor do quarto evangelho, centrado na
divindade de Cristo desde a primeira linha, no qual, como a águia (símbolo de
João), já no primeiro bater de asas eleva-se às vertiginosas alturas do
mistério trinitário: ‘No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o
Verbo era Deus’. É também autor de três cartas canônicas e do Apocalipse (o
‘livro da Revelação’ ou livro profético, que finaliza o cânon bíblico), no qual
´preconizado o triunfo do Redentor e de sua Igreja, a infâmia das perseguições
que lhe obstruem o caminho. A luta do poder das trevas contra ela durará sempre
nesta terra, mas a Igreja sairá vencedora. O ‘Filho do Homem’ – assim o chamou
o Mestre – era, portanto, de temperamento ardente, alheio aos compromissos como
às exaltações. E talvez nesse ponto resida o segredo da inefável amizade que o
ligava a Jesus. Depois de Pentecostes, passou grande parte de seus anos em
Éfeso e na ilha de Patmos. Constitui lenda que ele tenha sido lançado numa
caldeira com óleo fervente, em Roma, e saído ileso. João morreu em Éfeso, em
idade avançada” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e
do Oriente – Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite