(Gl 4,4-7; Sl 95[96]; Lc 1,39-47)
Nossa Senhora de Guadalupe.
“Com grande grito,
exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’” Lc 1,42.
Em seu diálogo com o
padre Marco Pozza, este lhe fala da situação de mulheres que – com o aborto e o
abandono – não aceitam um filho. Ele pergunta: ‘Mas na verdade um filho pode ser
uma maldição?’.
“Um filho jamais pode
ser uma maldição. Pode ser uma cruz, para a mãe. Há pouco tempo foi introduzida
a causa de beatificação de uma jovem mulher de Roma, morta aos 23 anos. Foi
descoberta uma enfermidade durante sua gravidez e ela rejeitou o tratamento
para proteger o filho até o seu nascimento. Para ela aquele filho era
verdadeiramente uma bênção. Existe uma palavra que gosto muito: ternura. Outro
dia um senhor me disse, falando da humanidade, que perdemos a capacidade de
amar, perdemos a memória dos afetos, a memória da ternura. Pensemos na imagem
da Mãe de Deus: é a imagem da ternura que cuida, seu rosto junto ao rosto do
seu filho. Temos necessidade da Mãe da ternura: essa é a bênção. Sem ternura
não se compreende uma mãe, sem ternura não se pode entender Maria. Na catedral
de Bari contemplei o ícone da Virgem Odigitria: era a primeira vez que eu via o
Menino quase totalmente nu, parcialmente coberto por Maria com seu manto. Maria
cobre a nossa nudez; a mãe é a única que pode entender um filho porque o
conhece nu desde o seu ventre, do seu útero, lhe deu à luz nu. Depois Maria
recebe a Cristo nu ao pé da Cruz e o cobre de novo. Maria é uma bênção para nós
porque é a Mãe da nossa nudez: o mal, o pecado nos desnuda. Ela nos cobre sempre”
(Papa Francisco – Ave Maria – Planeta/Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite