Segunda, 12 de dezembro de 2022

 (Gl 4,4-7; Sl 95[96]; Lc 1,39-47) 

Nossa Senhora de Guadalupe.

“Com grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’” Lc 1,42.

Em seu diálogo com o padre Marco Pozza, este lhe fala da situação de mulheres que – com o aborto e o abandono – não aceitam um filho. Ele pergunta: ‘Mas na verdade um filho pode ser uma maldição?’. 

“Um filho jamais pode ser uma maldição. Pode ser uma cruz, para a mãe. Há pouco tempo foi introduzida a causa de beatificação de uma jovem mulher de Roma, morta aos 23 anos. Foi descoberta uma enfermidade durante sua gravidez e ela rejeitou o tratamento para proteger o filho até o seu nascimento. Para ela aquele filho era verdadeiramente uma bênção. Existe uma palavra que gosto muito: ternura. Outro dia um senhor me disse, falando da humanidade, que perdemos a capacidade de amar, perdemos a memória dos afetos, a memória da ternura. Pensemos na imagem da Mãe de Deus: é a imagem da ternura que cuida, seu rosto junto ao rosto do seu filho. Temos necessidade da Mãe da ternura: essa é a bênção. Sem ternura não se compreende uma mãe, sem ternura não se pode entender Maria. Na catedral de Bari contemplei o ícone da Virgem Odigitria: era a primeira vez que eu via o Menino quase totalmente nu, parcialmente coberto por Maria com seu manto. Maria cobre a nossa nudez; a mãe é a única que pode entender um filho porque o conhece nu desde o seu ventre, do seu útero, lhe deu à luz nu. Depois Maria recebe a Cristo nu ao pé da Cruz e o cobre de novo. Maria é uma bênção para nós porque é a Mãe da nossa nudez: o mal, o pecado nos desnuda. Ela nos cobre sempre” (Papa Francisco – Ave Maria – Planeta/Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite