(Is 56,1-3.6-8; Sl 66[67]; Jo 5,33-36)
3ª Semana do Advento.
“Mas eu tenho um
testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar.
As obras que eu faço
dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou” Jo 5,36.
“A aceitação de Jesus
como Messias não dependia tanto do que ele falava de si mesmo, quanto de seus
gestos poderosos. Ele foi sempre muito parco e discreto em se referir à sua
pessoa. Afinal, é muito fácil alguém se superestimar ou afirmar de si mesmo
coisas infundadas. E não é difícil amealhar pessoas incautas e manipuláveis
predispostas a transformar em verdade o que é pura imaginação, quando não,
exploração da boa-fé alheia. Jesus sempre apelava para o testemunho de suas
obras para respaldar sua condição de Messias. Tudo quanto fazia era apresentado
como resultado de sua obediência ao Pai. Não atuava por iniciativa própria, nem
realizava milagres a seu bel-prazer. Todo o seu ministério consistiu em
realizar o projeto de Deus, de modo a manifestar o imenso amor do Pai pela
humanidade. Aqui, também, Jesus revelava-se humilde. Jamais buscou atrair para
si glória e reconhecimento, devido a seus gestos poderosos. Antes, atribuía-os
todos ao Pai. Assim, o reconhecimento do messianismo de Jesus tinha como
pressuposto: acreditar que o Pai, por seu imenso amor pela humanidade, confiou
a seu Filho Jesus a tarefa de manifestá-lo por meio de gestos de bondade e
misericórdia, como era o caso dos milagres; e crer que Jesus submeteu-se à
vontade paterna. Seu messianismo partia do Pai e a ele remetia. Este era o
contexto de suas obras. – Pai, reconheço Jesus como manifestação de tua
imensa misericórdia pela humanidade. Dá-me tua luz para que eu o acolha como
Messias salvador” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite