(Is 29,17-24; Sl 26[27]; Mt 9,27-31)
1ª Semana do Advento.
“Então Jesus tocou
nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme vossa fé” Mt 9,27-31.
“Não existe prova
científica para as afirmações e conteúdos da fé, nem há a menor possibilidade
de objetificar e substanciar qualquer estágio do processo de fé. A experiência
de chegar à fé simplesmente não se presta a esse tipo de investigação
científica. Nenhuma ciência natural tem condições de estabelecer o fato da
entrada sobrenatural de Deus na história humana ou numa vida humana individual.
Esses eventos encontram-se fora do alcance das ciências naturais. Mas existe o
que poderíamos chamar de prova ‘existencial’ ou experimental da fé. É algo como
a prova experimental da delicia de um sorvete de chocolate ou da beleza de um
dia de outono quando as folhas estão caindo e o ar é revigorante. Existem, de
fato, muitas realidades que só podem ser conhecidas por meio da experiência
pessoal. No filme “A Patch of Blue’, a menina pergunta ao avô: ‘Velha Pata,
como é o verde?’ O avô irritado responde: ‘Verde é verde, sua Burra. Agora pare
de fazer perguntas’. Segue-se uma cena patética em que a menina agarra a grama
com as mãos e esfrega uma folhinha na bochecha, na tentativa inútil de
experimentar a realidade do verde. O dramaturgo William Alfred, autor de
‘Hogan´s Goat’, disse certa vez: ‘As pessoas que me dizem que Deus não existe
são como uma criança de 6 anos dizendo que não existe amor passional.
Simplesmente ainda não O experimentaram’. A experiência de Deus deve ser
acessível a todos de algum modo, pois uma pesquisa recente de Lou Harris revelou
que 97% dos norte-americanos acreditam em algum tipo de Deus pessoal. As
estatísticas não são e nunca poderão ser a palavra final. A fé continua sendo
uma questão de experiência pessoal, como o sorvete de chocolate, um dia de
outono e o verde” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite