Sexta, 02 de dezembro de 2022

(Is 29,17-24; Sl 26[27]; Mt 9,27-31) 

1ª Semana do Advento.

“Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme vossa fé” Mt 9,27-31.

“Não existe prova científica para as afirmações e conteúdos da fé, nem há a menor possibilidade de objetificar e substanciar qualquer estágio do processo de fé. A experiência de chegar à fé simplesmente não se presta a esse tipo de investigação científica. Nenhuma ciência natural tem condições de estabelecer o fato da entrada sobrenatural de Deus na história humana ou numa vida humana individual. Esses eventos encontram-se fora do alcance das ciências naturais. Mas existe o que poderíamos chamar de prova ‘existencial’ ou experimental da fé. É algo como a prova experimental da delicia de um sorvete de chocolate ou da beleza de um dia de outono quando as folhas estão caindo e o ar é revigorante. Existem, de fato, muitas realidades que só podem ser conhecidas por meio da experiência pessoal. No filme “A Patch of Blue’, a menina pergunta ao avô: ‘Velha Pata, como é o verde?’ O avô irritado responde: ‘Verde é verde, sua Burra. Agora pare de fazer perguntas’. Segue-se uma cena patética em que a menina agarra a grama com as mãos e esfrega uma folhinha na bochecha, na tentativa inútil de experimentar a realidade do verde. O dramaturgo William Alfred, autor de ‘Hogan´s Goat’, disse certa vez: ‘As pessoas que me dizem que Deus não existe são como uma criança de 6 anos dizendo que não existe amor passional. Simplesmente ainda não O experimentaram’. A experiência de Deus deve ser acessível a todos de algum modo, pois uma pesquisa recente de Lou Harris revelou que 97% dos norte-americanos acreditam em algum tipo de Deus pessoal. As estatísticas não são e nunca poderão ser a palavra final. A fé continua sendo uma questão de experiência pessoal, como o sorvete de chocolate, um dia de outono e o verde” (Jonh Powell, sj – As Estações do Coração – Loyola).               

Pe. João Bosco Vieira Leite