(Is 45,6-8.18.21-25; Sl 84[85]; Lc 7,19-23)
3ª Semana do Advento.
João convocou dois
dos seus discípulos “e mandou-os perguntar ao Senhor:
‘És tu aquele que há
de vir ou devemos esperar outro?” Lc 7,19.
“Jesus é indefinível,
porque abarca e compreende todas as realidades humanas e divinas. Se o Senhor
tivesse respondido aos discípulos de João, que o interrogavam sobre sua
identidade, que ele era um profeta, um enviado de Deus, um taumaturgo, um
mestre de doutrina até então desconhecida, um chefe do povo de Deus, teria
respondido bem; porém, não teria dito tudo que deveria ter dito. Assim,
preferiu não responder com palavra, mas com fatos: depois de curar enfermos,
dar vista aos cegos e expulsar espíritos malignos dos possessos, disse ao
enviado de João: ‘Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido’. Jesus
define-se por suas obras. Sua resposta são as obras. Por outro lado, aquelas
curas milagrosas eram a obra que se esperava do Messias, profetizado quase
literalmente em Isaías, e essa é a resposta que Jesus lhes manda comunicar ao
Batista, não para que se confirme em sua fé, mas para que ele mesmo lhes
comente a hora messiânica, ao confrontar as obras de Jesus Cristo com as
previsões proféticas sobre o Messias. As obras de Jesus são sinais de seu
mistério, e o encontro com Jesus produz-se pelo mistério de suas obras e de
suas palavras tal como a Sagrada Escritura no-las traz. O testemunho das obras
será característico do discípulo autêntico de Jesus. Quando lhe perguntam quem
é, deverá responder como seu Mestre: ‘Vede o que eu faço, como vivo, de que
maneira trabalho, e assim podereis deduzir se minha missão é deste mundo ou de
outro’. ‘Anunciai (...) o que tendes visto’ é o argumento mais convincente e
irrefutável da verdade, quando só se fala como se vive, mas que sobretudo se
vive como se fala; então os dois elementos: palavra e testemunho de vida, são
os que convencem da veracidade daquilo que se prega” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite