(Cl 1,1-8; Sl 51[52]; Lc 4,38-44)
22ª Semana do Tempo Comum.
“Mas Jesus disse: ‘Eu
devo anunciar a Boa-nova do Reino de Deus também a outras cidades,
porque para isso é
que eu fui enviado’” Lc 4,43.
“Ninguém acende uma lâmpada
para coloca-la debaixo da mesa, dizia o Mestre. E Ele mesmo, por uma
experiência muito particular, sentia dentro de si uma força que o impulsionava,
que o fazia seguir adiante. Era uma certeza forte e serena: não podia ficar;
precisava partir. Não queria que sua mensagem fosse privilégio de um único
povo, de um pequeno grupo. Aquilo que era a razão de sua vida e de sua vinda,
Ele precisa compartilhar com outras pessoas. Prova disso era o seu jeito de
ser, de estar com as pessoas, de viver a fé, de estar com Deus e de falar de
Deus. Talvez, também, Ele quisesse evitar o perigo da estagnação. Afirma o
texto bíblico que, naquele momento, Ele já gozava de certa fama. Se quisesse,
poderia ficar por ali mesmo; seria mais cômodo e mais garantido: sempre haveria
alguém solicitando sua ajuda, querendo ouvir suas palavras (cf. Lc 4,33-44).
Mas isso também o incomodava. Não queria sentir-se ídolo nem dono de ninguém. E
o apelo do povo, pedindo para que Ele ficasse, talvez fosse indicativo de um
mero interesse, profundo egoísmo (cf. Jo 6,26). Não podia ficar. Não queria
acomodar-se e não queria que o povo se acomodasse. Aliás, o povo precisava
aprender a caminhar sozinho. Ele já havia feito o possível: provocara,
ensinara, despertara o povo para um novo jeito de viver. Agora era o momento
deles. O povo precisava assumir o comando de sua vida, construir sua história.
– Senhor, ensina-me a estar sempre a caminho. Não permitas que eu me
acomode, que eu me julgue necessário ou que o sucesso amarre meus pés. Que eu
não tema seguir adiante, assumindo os riscos do caminho. Amém” (Marcos Daniel
de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite