Terça, 10 de dezembro de 2019


(Is 40,1-11; Sl 95[96]; Mt 18,12-14) 
2ª Semana do Advento.

“Consolai o meu povo, consolai-o! – diz vosso Deus” Is 40,1.

“Depois de quarenta anos de exílio na Babilônia, de entre os hebreus deportados surgiu um profeta. Era um homem iluminado, um poeta sensível, um teólogo genial; seguia com atenção os acontecimentos políticos do seu tempo e verificara que o reino da Babilônia estava a cair em ruinas, enquanto crescia vertiginosamente o poder de Ciro, rei da Pérsia. Chegara o momento de despertar nos exilados a esperança do fim da escravidão e do regresso iminente à terra dos antepassados. O profeta dirige aos israelitas um convite premente: ‘Consolai, consolai o meu povo’, que já pagou duramente o seu pecado. A consolação de Deus não é como a dos homens que se reduz a uma terna carícia que conforta. Deus consola socorrendo quem se encontra em condições desesperadas, consola levantando do pó (1Sm 29,12). Deus consola quando liberta os homens de todas as escravidões mediante a sua Palavra que não é frágil como a erva seca ou caduca como a flor que murcha, mas é viva e eterna. O profeta está tão certo da fidelidade do Senhor que já vê a caravana dos exilados de regresso à cidade santa. Como um pastor, Ele conduz as Suas ovelhas, ‘recolhe os cordeiros, levando-os no seu regaço, e acompanha as ovelhas que amamentam’. A imagem é comovente, mostra a ternura de Deus em relação aos mais fracos. Paciente e benévolo, Ele respeita os tempos e os ritmos espirituais de cada um: aprecia quem caminha rápido, mas tem cuidado e acaricia quem caminha com dificuldade, quem se atrasa no caminho” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite