(Is 40,1-11; Sl 95[96]; Mt 18,12-14)
2ª Semana do Advento.
“Consolai o meu povo,
consolai-o! – diz vosso Deus” Is 40,1.
“Depois de quarenta
anos de exílio na Babilônia, de entre os hebreus deportados surgiu um profeta.
Era um homem iluminado, um poeta sensível, um teólogo genial; seguia com
atenção os acontecimentos políticos do seu tempo e verificara que o reino da
Babilônia estava a cair em ruinas, enquanto crescia vertiginosamente o poder de
Ciro, rei da Pérsia. Chegara o momento de despertar nos exilados a esperança do
fim da escravidão e do regresso iminente à terra dos antepassados. O profeta
dirige aos israelitas um convite premente: ‘Consolai, consolai o meu povo’, que
já pagou duramente o seu pecado. A consolação de Deus não é como a dos homens
que se reduz a uma terna carícia que conforta. Deus consola socorrendo quem se
encontra em condições desesperadas, consola levantando do pó (1Sm 29,12). Deus
consola quando liberta os homens de todas as escravidões mediante a sua Palavra
que não é frágil como a erva seca ou caduca como a flor que murcha, mas é viva
e eterna. O profeta está tão certo da fidelidade do Senhor que já vê a caravana
dos exilados de regresso à cidade santa. Como um pastor, Ele conduz as Suas
ovelhas, ‘recolhe os cordeiros, levando-os no seu regaço, e acompanha as
ovelhas que amamentam’. A imagem é comovente, mostra a ternura de Deus em
relação aos mais fracos. Paciente e benévolo, Ele respeita os tempos e os
ritmos espirituais de cada um: aprecia quem caminha rápido, mas tem cuidado e
acaricia quem caminha com dificuldade, quem se atrasa no caminho” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Advento – Natal] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite