(Is 52,7-10; Sl 97[98]; Hb 1,1-6; Jo 1,1-18)
Missa do dia.
“E a Palavra se fez
carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebeu
do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” Jo 1,14.
“No evangelho mais
antigo, o de Marcos, Jesus é apresentado como o Cristo, Filho de Deus. Não há
ainda preocupação com os dados da infância de Jesus. Nos relatos da infância de
Mateus e Lucas já se manifesta uma preocupação de recolher dados ‘biográficos’ da
origem humana de Jesus e, sobretudo, de explicar a sua origem e identidade
teológica: Jesus é o filho de Maria, concebido pelo poder do Espírito Santo;
José, descendente de Davi, é apenas o pai adotivo de Jesus, mas garante sua
descendência messiânica. A genealogia de Mateus mostra que em Jesus se cumpre a
promessa feita a Abraão, como bênção para todas as nações da terra, genealogia
que em Lucas chega até Adão, apresentando Jesus como salvador da humanidade. A
Carta aos Hebreus também reflete sobre a origem de Jesus. Afirma que no
passado, Deus se comunicava com seu povo por meio de profetas, para exortar o
povo à fidelidade e lhe comunicar a salvação. Mas agora Deus resolveu
comunicar-se conosco por meio de seu Filho, o criador do universo e o esplendor
de sua glória, que por seu poder sustenta o universo e nos purifica dos
pecados. A genealogia, que Lucas prolonga até adão e até o próprio Deus, João
aprofunda ainda mais. A origem de Jesus Cristo mergulha no próprio Deus: Jesus
é a Palavra de Deus, que desde o princípio está junto de Deus e identifica-se
com Ele. Por isso, por Ele todas as coisas foram criadas. Ele é a fonte da vida
e a luz para toda a humanidade. Mas em Jesus de Nazaré esta Palavra se faz
carne, para habitar entre nós. Em Jesus se dá o encontro do divino com o
humano, encontro que nos dá a capacidade de nos tornarmos filhos de Deus. A
encarnação da Palavra é o máximo da comunicação divina, porque nos introduz no
mistério da comunhão com a própria divindade. – Ó Deus, para vivermos
em comunhão contigo, enviaste teu Filho querido, Palavra feita carne. Dá-nos a
graça de vivermos como teus filhos, em comunhão com teu Filho. Amém” (Ludovico
Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite