Quarta, 4 de dezembro de 2019


(Is 25,6-10; Sl 22[23]; Mt 15,29-37) 
1ª Semana do Advento.

“O Senhor Deus eliminará para sempre a morte, enxugará as lágrimas de todas as faces,
e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o disse” Is 25,8.

“Fará desaparecer a morte para sempre!” – Outro devaneio? Outra utopia? Trata-se do sonho mais antigo da humanidade: conquistar a imortalidade. O herói mitológico babilônico Gilgamesh empreende uma longa peregrinação em busca da ‘planta da vida’. Ela está no meio do paraíso, porém o acesso é impossível, porque ‘tendo expulso o homem, Deus colocou diante do jardim do Éden os querubins com o cintilar da espada fulgurante, para guardar o caminho da árvore da vida’ (Gn 3,24). Perdido o paraíso, perdido o sonho da imortalidade. Mesmo assim, ele continua perseguido a humanidade nas mais diversas formas. De repente, um clarão dissipa o nevoeiro que embaça a mente do Profeta, e este exclama extasiado: ‘O Senhor fará desaparecer a morte para sempre!’ Mas, quando? Como? Onde? De repente irrompe outro clarão que dissipa o nevoeiro que tolda a mente do cristão, e este exclama maravilhado’: Heureca! Encontrei a planta da vida: é uma videira! Melhor: é alguém que afirma ao mesmo tempo: ‘Eu sou a videira; eu sou a ressurreição e a vida’ (Jo 15,1; 11,25). Quando estivermos de posse dessa Videira, estaremos de posse da vida, da ressurreição, da imortalidade, pois esta Videira garante: ‘Quem crer em mim, ainda que esteja morto, viverá; e quem vive em crê em mim, jamais morrerá’ (Jo 11,25-26). Foi o que Paulo experimentou, constatando que ‘a vida é Cristo e a morte, lucro’ (Fl 1,21). Daí o seu grito de júbilo: ‘A morte foi tragada pela vitória! Morte, onde está tua vitória?’ (1Cor 15,55). Portanto, para ele, nada de devaneio, mas a pura realidade em Cristo. – Jesus, não basta descobrirmos em vós a planta de vida. Importa, sobretudo, sermos ramos bem unidos à Videira a fim de termos a vida em plenitude. Concedei-nos esta graça! Amém (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995] – Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite