(Nm 24,2-7.15-17; Sl 24[25]; Mt 21,23-27)
3ª Semana do
Advento.
“Ao que Jesus também
respondeu: ‘Eu também não vos direi com que autoridade faço essas coisas’”
Mt 21,27b.
“Nos evangelhos, a
última semana de Jesus em Jerusalém é marcada por uma série de discussões com
os adversários. A primeira delas é sobre a autoridade de Jesus (Mt 21,23-27).
Jesus é questionado por sumos sacerdotes e anciãos do povo, ou seja, pelas
autoridades religiosas e civis, membros do sinédrio, que era o supremo tribunal
dos judeus. Eles perguntam a Jesus: ‘Com que autoridade fazes estas coisas e
quem te deu esta autoridade?’ As coisas a que se referem, provavelmente, são a
expulsão dos vendedores do Templo e o fato de Jesus estar ali ensinando.
Controlar as coisas que podiam ser feitas no Templo era tarefa dos sacerdotes.
A pergunta sobre a origem da autoridade de Jesus era procedente, pois não
partiu deles a permissão de fazer o que Jesus estava fazendo na área do Templo.
O povo reconhecia que Jesus ensinava como alguém que tinha autoridade e
admirava sua doutrina (7,28). Mas os fariseus acusavam Jesus de expulsar
demônios pelo poder de belzebu, o chefe dos demônios (12,24). Jesus condiciona
a sua resposta a duas questões que antes eles deviam responder: o batismo de
João vinha de Deus ou dos seres humanos? A pergunta de Jesus colocou-os num
difícil dilema. Se respondessem que vinha de Deus, perderiam sua autoridade,
porque não atenderam aos apelos de conversão que João fazia. Se respondessem
que vinha dos seres humanos, temiam desagradar o povo, que acolheu a pregação
de João e recebeu o batismo de conversão. Por isso responderam: ‘Não sabemos’.
Assim reconhecem não ter o direito de questionar a autoridade de Jesus. Para
Jesus, porém, João era mais do que um profeta autorizado por Deus. É aquele que
preparou a vinda do Reino dos Céus, que Jesus agora anuncia (11,2-15). – Ó
Jesus, descobristes aos doze anos que o Templo era ‘a casa do Pai’. Purificaste
o Templo para que fosse uma digna casa de oração. Mas também ensinaste que o
nosso coração é um templo. Concede-nos a graça de te encontrarmos no templo do
nosso coração. Amém” (Ludovico Garmus – Meditações para o
dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite