(Sb 2,23—3,9; Sl 33[34]; Lc 17,7-10)
32ª Semana do Tempo Comum.
“Bendirei o Senhor
Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca” Sl 34,2
“O Salmo 34 põe nos
lábios dos pobres a bênção (berakah) que os une a Deus para sempre, e o louvor
jubiloso e intenso (tehillah) que é a sua verdadeira razão de viver (vv. 2-3).
O pobre enche o olhar de Deus e fica radiante, luminoso (v. 6), sabe que Deus o
escuta e o salva, e convida a saborear a bondade de Deus (v. 9). Ou talvez mais
do que isso. Na versão grega deste v. 9, muito utilizado no momento da
comunhão, também nas liturgias de rito bizantino, lê-se: ‘Saboreai e vede que
Bom é o Senhor’, em que o adjetivo ‘chrêstós’, ‘bom’, é lido na pronúncia viva:
‘christós’, o que a resultar, na atualização cristã: ‘Saboreai e vede que
Cristo é o Senhor’. Belo e saboroso, sem dúvida. Deus segue sempre o pobre de
perto, cerca-o de amor (v.8), protege até os seus ossos para não serem
quebrados (v. 21), tal como é dito do cordeiro pascal, o mais alto símbolo da
libertação. No seu ‘Caminho de perfeição’, Santa Teresa de Ávila deixa-nos,
talvez, um dos mais belos e incisivos discursos sobre a pobreza: ‘A pobreza é
um bem que contém em si todos os bens do mundo; ela confere um império imenso,
torna-nos verdadeiramente donos de todos os bens cá de baixo desde o momento em
que os faz cair aos pés’. E São Francisco de Assis, no ‘Pequeno Testamento’,
ditado em Siena, à pressa, a Frei Benedetto da Prato, aí por abril ou maio de
1226, poucos meses antes da sua morte, ocorrida a 3 de outubro desse mesmo ano,
recomenda aos seus irmãos que amem sempre nossa senhora, a santa pobreza” (D. Antônio Couto
– Quando ele nos abre as Escrituras – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite