Quinta, 14 de novembro de 2019


(Sb 7,22—8,1; Sl 118[119]; Lc 17,20-25) 
32ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘O reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘está aqui’ ou ‘está ali’, porque o reino de Deus está entre vós’”. Lc 17,20b-21.

“No tempo de Jesus, eram fortes as expectativas do fim do mundo e da manifestação de Deus na história humana. A falta de liberdade, certas atitudes abusivas das autoridades romanas, e o cansaço pela espera do fim geravam uma verdadeira febre de fim do mundo. A preocupação do fariseu sobre ‘quando virá o Reino de Deus’ recebeu de Jesus uma resposta que possibilita libertar os discípulos de ontem e de hoje de qualquer preocupação desnecessária a este respeito. Em primeiro lugar, o Reino não se limita a um determinado espaço geográfico, de forma a ser possível reconhecê-lo num lugar bem preciso. Neste sentido, seria inútil considerar Jerusalém a cidade privilegiada da qual o Reino faria sua irrupção na história humana. Ele não virá de maneira ostensiva, de modo a ser possível dizer ‘ei-lo aqui, ei-lo ali’. A manifestação do Reino não se fará num momento previamente determinado. Sua presença já era uma realidade, sem que muita gente a tivesse percebido. Ele se manifesta discretamente, sem alarido, decepcionando quem contava com uma manifestação clamorosa. O Reino de Deus faz-se presente na pessoa e no ministério de Jesus. Já estava presente na história humana, na ação do Filho de Deus. Em tudo quanto fazia ou pregava, era o próprio Deus interpelando a humanidade. Como os fariseus recusavam-se a acolher o Filho, na qualidade de enviado do Pai, também não conseguiram atinar que o Reino já estava no meio deles, na humilde simplicidade de Jesus de Nazaré. – Pai, abre meus olhos para que eu possa perceber, na pessoa e no ministério de Jesus, a presença de teu Reino na nossa história. E, reconhecendo-o, eu me deixe guiar por Ele”  (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
  
Pe. João Bosco Vieira Leite