(Dn 7,2-14; Dn 3; Lc 21,29-33)
34ª Semana do Tempo Comum.
"Jesus
contou-lhes uma parábola: ‘Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que
elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto’” Lc 21,29-30.
“A figueira, a
videira e a oliveira eram as árvores mais familiares ao judeu bíblico. Tanto
era o prestígio que gozavam que foram justamente as três as convidadas a reinar
sobre as outras árvores, no famoso apólogo de Joatão (Jz 9,7-15). E todas
recusaram o convite exatamente por estarem satisfeitas com os saborosos frutos
que produziam e o sucesso que obtinham. ‘Observai a figueira...’ Melhor:
vejamo-nos na figueira! Naquela figueira que aborreceu o proprietário da vinha
(o Pai) por não produzir frutos três anos consecutivos; a cuja volta o
chacareiro (Jesus), após três anos de pregação, cavou os fundamentos da sua
doutrina; colocou o adubo dos seus sacramentos e derramou as águas de
Pentecostes... Se com todo esse cuidado ainda não der frutos, será cortada;
seremos cortados (Lc 13,6-9). Vejamo-nos naquela figueira que foi amaldiçoada e
secou por só ter produzido as folhas da futilidade e da hipocrisia, e não os
frutos da justiça e do amor (Mt 21,18-22). Vejamo-nos naquela figueira, ornada
com o fruto do Espírito e adornada com as folhas da paz, e cuja sombra Jesus
pôde enxergar ‘o verdadeiro israelita’ (o autêntico cristão), em quem não há
maldade (Jo 1,45-50). Vejamo-nos naquela figueira onde despontam os brotos das
lições da história, dos insistentes convites da graça, dos constantes apelos da
vida, dos desafiantes sinais dos tempos! ‘Observai a figueira...’ Ou melhor:
leiamos a figueira: nela se condensa o tríplice livro da natureza, da vida e da
Bíblia! – Senhor, abri os olhos do nosso coração e da nossa mente para
que possamos captar sempre os sinais que constantemente emitis através dos
acontecimentos da natureza e da vida. Elas são o grande sacramento da vossa
presença no nosso meio. Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças
a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite