Sexta, 29 de novembro de 2019


(Dn 7,2-14; Dn 3; Lc 21,29-33) 
34ª Semana do Tempo Comum.

"Jesus contou-lhes uma parábola: ‘Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto’” Lc 21,29-30.

“A figueira, a videira e a oliveira eram as árvores mais familiares ao judeu bíblico. Tanto era o prestígio que gozavam que foram justamente as três as convidadas a reinar sobre as outras árvores, no famoso apólogo de Joatão (Jz 9,7-15). E todas recusaram o convite exatamente por estarem satisfeitas com os saborosos frutos que produziam e o sucesso que obtinham. ‘Observai a figueira...’ Melhor: vejamo-nos na figueira! Naquela figueira que aborreceu o proprietário da vinha (o Pai) por não produzir frutos três anos consecutivos; a cuja volta o chacareiro (Jesus), após três anos de pregação, cavou os fundamentos da sua doutrina; colocou o adubo dos seus sacramentos e derramou as águas de Pentecostes... Se com todo esse cuidado ainda não der frutos, será cortada; seremos cortados (Lc 13,6-9). Vejamo-nos naquela figueira que foi amaldiçoada e secou por só ter produzido as folhas da futilidade e da hipocrisia, e não os frutos da justiça e do amor (Mt 21,18-22). Vejamo-nos naquela figueira, ornada com o fruto do Espírito e adornada com as folhas da paz, e cuja sombra Jesus pôde enxergar ‘o verdadeiro israelita’ (o autêntico cristão), em quem não há maldade (Jo 1,45-50). Vejamo-nos naquela figueira onde despontam os brotos das lições da história, dos insistentes convites da graça, dos constantes apelos da vida, dos desafiantes sinais dos tempos! ‘Observai a figueira...’ Ou melhor: leiamos a figueira: nela se condensa o tríplice livro da natureza, da vida e da Bíblia! – Senhor, abri os olhos do nosso coração e da nossa mente para que possamos captar sempre os sinais que constantemente emitis através dos acontecimentos da natureza e da vida. Elas são o grande sacramento da vossa presença no nosso meio. Amém (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite