(1Mc 4,36-37.52-59; Sl 1Cr 29; Lc 19,45-48)
33ª Semana do Tempo Comum.
“E disse: ‘Está
escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizeste dela um
antro de ladrões’”
Lc 19,46.
“Jerusalém era a meta
da longa marcha de Jesus. Aí, o Templo constituía seu ponto-final. A situação
em que se encontrava o Templo de Jerusalém fez Jesus relembrar as palavras dos
profetas do passado a respeito de sua função e da corrupção que se abateu sobre
ele. O Profeta Isaias havia anunciado a finalidade do Templo como ‘Casa de
oração para todos os povos’, por conseguinte, lugar de encontro dos filhos com
o Pai, e não só de Israel, mas também dos povos espalhados por toda a extensão
da terra. O Mestre decepcionou-se com que viu: sendo ‘casa de oração’, não se
justifica o comércio instalado no Templo. O Templo fora transformado num antro
de exploradores inescrupulosos, que se serviam do espaço sagrado para
enriquecer, lançando mão dos mais vis artifícios de exploração; o ideal de
serviço desaparecera, dando lugar à exploração; a sacralidade do Templo foi
violada pelo afã de fazer comércio. Na mais total impunidade, e com a cobertura
dos sacerdotes, davam a impressão de estar prestando um grande serviço aos
peregrinos. Situação, porém, insuportável para Jesus! Por conseguinte, o culto
prestado a Deus pelos peregrinos de boa-fé desenrolava-se em meio a toda sorte
de vilipêndio dos seus sentimentos mais sagrados. A atitude firme de Jesus, que
chegou às raias da indignação – a expulsão dos vendedores e compradores teve a
finalidade de fazer o Templo recobrar sua verdadeira função – ser casa de
oração, portanto, lugar de encontro com a verdadeira imagem do Pai e
reabastecimento espiritual. Enquanto ‘casa’, seria o espaço do encontro dos
filhos de Deus. Uma vez purificado, o Templo tornou-se lugar privilegiado da
pregação de Jesus. Ao ouvi-lo, o povo ficava extasiado e se apinhava ao seu
redor. – Pai, dá-me a mesma coragem de teu Filho Jesus para combater
toda sorte de maldade e de egoísmo que se abate sobre teu templo santo, a
pessoa humana” (Magda Brasileiro – Meditações para o dia a dia [2017]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite