Segunda, 25 de novembro de 2019


(Dn 1,1-6.8-20; Sl Dn 3; Lc 21,1-4) 
34ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do templo” Lc 21,1.

“Digo-vos, pois, ó ricos do século, que errais em tratar os pobres com desprezo tão injuriosos: para que o saibais, se quiséssemos subir à origem das coisas, acharíamos talvez que eles não teriam menos direito do que vós aos bens que possuis. A natureza, ou melhor, para falar mais cristãmente, Deus, o Pai comum dos homens, deu desde o começo um direito igual a todos os seus filhos sobre todas as coisas de que tenham necessidade para a conservação da sua vida. Nenhum de nós pode se vangloriar de ter recebido da natureza maiores vantagens que os outros. Mas o insaciável de desejo de acumular não permitiu que essa bela fraternidade pudesse durar muito tempo no mundo. Foi preciso ver à partilha e à prosperidade, que produziu todas as querelas e todos os processos; daí nasceu essa palavra ‘meu’ e ‘teu’, essa palavra tão fria, diz o admirável S. João Crisóstomo; daí essa grande diversidade de condições, uns vivendo na abundância de todas as coisas, os outros definhando numa extrema indigência. Por esta razão, muitos dos santos Padres, considerando a origem das coisas e essa liberdade da natureza para com todos os homens, não hesitaram em afirmar que era de algum modo frustrar os pobres do que lhes pertence, o negar-lhe aquilo que é supérfluo” (Bossuet – Sermão para a festa de S. Francisco de Assis – Editora Beneditina Ltda.)

 Pe. João Bosco Vieira Leite