33º Domingo do Tempo Comum – Ano C

(Ml 3,19-20a; Sl 97[98]; 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19)

1. Depois de meditarmos sobre o nosso fim, no fim de mais um ano litúrgico, lançamos um olhar sobre o fim dessa história que fazemos juntos. Já é uma ponte para o tempo do Advento que se aproxima, sobre vinda de Cristo na história e no fim dos tempos.

2. O texto de abertura tem sabor apocalíptico. É o último dos doze profetas que nos fala sobre “o dia do Senhor”. Uma linguagem tradicional para nos falar do fim dos tempos e do consequente juízo de Deus sobre a nossa história. A metáfora do fogo transita entre a purificação do metal e o fim da palha em cinzas.

3. Assim o texto nos diz que haverá uma diferença entre o ímpio e o fiel. Algo que ficará claro no momento final. O salmo acentua essa vinda final e o consequente julgamento.

4. Quase ao fim de sua carta aos Tessalonicenses, Paulo adverte sobre o comportamento de alguns que, esperando “O dia do Senhor” resolveram cruzar os braços. Ele não só fala do seu perfil apostólico exemplar, trabalhando até o último momento. É assim que se espera a vinda do Senhor no movimento da vida.

5. Também Lucas insere uma narrativa de caráter apocalíptico/escatológico ao final do ministério público de Jesus. Ele tem como pano de fundo a admiração pela beleza do Templo. Jesus reage com um oráculo profético desse monumento religioso/nacional. Atiçando assim a curiosidade dos ouvintes.

6. Jesus não dá uma resposta direta nem tampouco faz uma ameaça, mas um convite a uma espera vigilante e ao mesmo tempo um encorajamento para as situações difíceis que virão, lembrando que a nossa história está nas mãos de Deus. É preciso compreender o sentido da História e da vida.

7. Jesus adverte contra os falsos pregadores, e isso exige discernimento, em crise em nossos tempos com relação aos ensinamentos de Cristo. Ele alerta sobre as perturbações históricas (guerras, revoltas, terremotos, fome e epidemias), elas não significam um fim imediato.

8. O pior será a perseguição contra os que creem n’Ele, e aqui Lucas insere, de maneira indireta, o fato da paixão próxima de Jesus. Ela também faz parte desse projeto salvífico de Deus. Lucas deve ter acompanhado muitos desses fatos, particularmente acompanhando Paulo em seu ministério.

9. Jesus não vê de modo negativo. Será o momento de testemunhar e Ele mesmo estará com seus discípulos. Ele sabe que os conflitos começam no próprio seio familiar e podem se estender às várias circunstâncias da vida.

10. A Palavra ouvida nos convida mais uma vez a sermos constantes, perseverantes. Que saibamos resistir às pressões do mundo sobre a nossa fé. 

Pe. João Bosco Vieira Leite