Quarta-feira de Cinzas, 6 de março de 2019


(Jl 2,12-18; Sl 50[51]; 2Cor 5,20—6,2; Mt 6,1-6.16-18).

“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens só para serem vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus” Mt 6,1.

“Praticar a justiça com o próximo é um dever do cristão. Porém, praticar justiça para ser visto, notado, publicado em Jornais, é um outro departamento. O sentido do ato se volta para a exibição da pessoa em si mesma. O que temos visto nesses ambientes políticos, candidatos que querem se promover, distribuem verbas, roupas, medicamentos, para que todos os eleitores marquem a sua presença no dia da eleição. Essa falsa justiça de distribuição de bens não é a justiça recomendada aos cristãos. Como fazer justiça sem que nosso ato seja o som do sino que anuncia a todos os cantos o homem bom que sou? Como fazer justiça nas pequenas ações sem que o meu vizinho veja em mim um homem justiceiro orgulhoso? No nosso dia-a-dia, como cristãos, ao dar depoimento sobre o próximo – sem conotações interesseiras ou maldosas; na convivência com o colega de aula ou de trabalho – num tratamento cordial e humano, sem desfazer as qualidades e potencialidades desse ser humano; na comunidade, aceitando as pessoas como elas são, deixando para Cristo o julgamento dos seus atos, na família, aceitando o pai, a mãe, o irmão, os parentes como pessoas que têm defeito e fraquezas e precisam de nós para a sobrevivência. O Pai que está nos céus espera de cada um de nós uma justiça justa, uma justiça espontânea, uma justiça sem alardes. –Senhor Jesus, que eu possa ser justo em todos os meus atos, com todas as pessoas. Ajuda-me. Amém” (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite