(Jl 2,12-18; Sl 50[51]; 2Cor 5,20—6,2; Mt 6,1-6.16-18).
“Ficai atentos para
não praticar a vossa justiça na frente dos homens só para serem vistos por
eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus” Mt 6,1.
“Praticar a justiça
com o próximo é um dever do cristão. Porém, praticar justiça para ser visto,
notado, publicado em Jornais, é um outro departamento. O sentido do ato se
volta para a exibição da pessoa em si mesma. O que temos visto nesses ambientes
políticos, candidatos que querem se promover, distribuem verbas, roupas,
medicamentos, para que todos os eleitores marquem a sua presença no dia da
eleição. Essa falsa justiça de distribuição de bens não é a justiça recomendada
aos cristãos. Como fazer justiça sem que nosso ato seja o som do sino que
anuncia a todos os cantos o homem bom que sou? Como fazer justiça nas pequenas
ações sem que o meu vizinho veja em mim um homem justiceiro orgulhoso? No nosso
dia-a-dia, como cristãos, ao dar depoimento sobre o próximo – sem conotações
interesseiras ou maldosas; na convivência com o colega de aula ou de trabalho –
num tratamento cordial e humano, sem desfazer as qualidades e potencialidades
desse ser humano; na comunidade, aceitando as pessoas como elas são, deixando
para Cristo o julgamento dos seus atos, na família, aceitando o pai, a mãe, o
irmão, os parentes como pessoas que têm defeito e fraquezas e precisam de nós
para a sobrevivência. O Pai que está nos céus espera de cada um de nós uma
justiça justa, uma justiça espontânea, uma justiça sem alardes. –Senhor
Jesus, que eu possa ser justo em todos os meus atos, com todas as pessoas.
Ajuda-me. Amém” (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite